sábado

O Jumento teoriza sobre os partidos políticos que temos

O PCP acha que o mundo vai dar uma volta e regressar aos primeiros anos do século XIX, dessa forma não precisa de repensar os seus objectivos e princípios, para os seus dirigentes é o mundo que está de pernas para o ar, lembra-me a senhora que foi ver o filho fazer o juramento de bandeira e chegou à conclusão de que o seu rebento era o único que marchava com o passo certo. Paradoxalmente é o partido que tem mais militância jovem.
O Bloco de Esquerda não passa de um galheteiro, com os estalinistas de um lado, os trotskistas do outro e outras correntes no meio para segurar as duas garrafas. É um partido com vergonha das suas ideias que arranja fórmulas como a “esquerda moderna” para esconder os seus princípios políticos e as grandes divergências entre os seus líderes. O certo é que a fórmula tem sido bem sucedida e o BE consegue despertar simpatias em segmentos sociais que têm mais medo do comunismo do que o diabo da cruz.
O PS parece um museu de cera, se não fossem personalidades como António Vitorino as suas sedes pareceriam casas assombradas, cheias de fantasmas. O seu estado de saúde é tão mau que um partido com tantos barões ajoelha-se perante um Sócrates de quem ninguém conhece valores ou ideias, tanto poderia ser do PSD, como do PS ou do CDS.
O PSD é o espectáculo triste a que se te assistido, abandonado, esquecido pelas personalidades que o transformaram no maior partido português, ficou entregue a gente sem qualquer brilho, que por lá andam em busca de bons negócios. A geração mais nova são “tigres” de que António Preto é um bom exemplo. As figuras do passado que ainda por lá andam não passam de relíquias sem idade para aguentarem mais duas eleições legislativas, personalidades como Manuela Ferreira Leite ou Pinto Balsemão nem com botox conseguirão disfarçar a idade e a geração que se segue é aquilo que se tem visto, depois de Santana Lopes veio Marques Mendes e a próxima desgraça que se dá pelo nome de Luís Filipe Menezes á está na fila de espera.
O CDS parece-me um daqueles hotéis grandiosos que foram perdendo qualidade e estrelas e que acabam por ser viabilizados por prostitutas de rua por lá já não param nem os antigos nomes nem a clientela de outros tempos.
Mais do que de uma refundação ideológica a democracia carece de uma urgente refundação partidária."
  • Obs: vale a pena meditar nesta análise tão realista quanto surrealista: o PCP evoca a militarização da sociedade, o BE um galheteiro, o PS um museu de cera, o PSD uma centralina de negócios e o CDS um hotel em decadência frequentado pelas meretrizes do burgo. Será isto normal, um analista comentar assim os partidos políticoscom conceitos estranhos à conceptualização política? Infelizmente, creio que é normal - dentro da anormalidade em que caíu a vida político-partidária nacional, pois o problema metafórico não reside no analista, mas na massa de que esses mesmos partidos são hoje feitos e se comportam na sociedade. Se virmos bem em todos eles existem problemas de corrupção, de tráfico de influências, de nepotismo, de esquemas pouco transparentes e incompatíveis com a democracia pluralista. E o mais grave é que a responsabilidade morre sempre solteira...
    Então, por que razão esses titulares de cargos políticos escolhem a via pública para servir o País quando depois não conseguem honrar os compromissos assumidos?
    Tomando o péssimo exemplo do aparatchik que é o António Preto do PSD, acusado de corrupção no caso da empresa do Norte que passava cartas de condução à margem da lei, o que os portugueses poderão esperar se nunca se chega a saber ao certo que tipo de setenças são proferidas nestes e noutros casos que envolvem, notoriamente, corrupção partidária que comportam participação em negócio, enriquecimento indevido, etc. Ora, é este tipo de irresponsabilidades que leva a que os cidadãos se afastem cada vez mais deste tipo de partidos e dos políticos de palmo e meio que os dirigem.
    Já agora, o A. Preto ainda é deputado do PSD?