As bacuradas e a lata do Alberto João da Madeira
Toda a gente já conhece bem o estilo do Alberto João da Madeira, há 30 anos a fazer umas auto-estradas, uns túneis e uns hotéis de 9 estrelas mas, ao mesmo tempo o povo da Madeira vive remediado, as cunhas, o compadrio, o nepotismo e a corrupção entre o partido e o empresariado local é o que é: são sempre os empresários amigos do Alberto que ganham as empreitadas e os concursos públicos, quando existem, é para "inglês ver". No fundo, quem tira partido daquelas belezas naturais são os velhos reformados do Norte da Europa que para lá vão queimar a testa e os testículos, jogar nos casinos, encher a mula e, claro está, deixar as divisas que muito alegram o Alberto. A esta fanfarronice ele chama desenvolvimento regional. É bonito!!!
Depois, a democracia nas mãos do Alberto é um farrapo, ele julga que por dominar o aparelho partidário e burocrático da Região - empregando os amigos e os afilhados numa população igual ou inferior à da Amadora tem toda a legitimidade para mandar na ilha como quem manda no quintal, esquecendo-se duma coisa essencial: a democracia é, por essência, rotatividade, alternância e pluralismo que ele nunca soube bem o que é. Daí a sua conduta e todo aquele comportamento exuberante e histriónico querendo sempre ser o centro das atenções, e quando não o consegue veste-se de palhaço, últimamente o seu estado habitual.
Além disso a forma como ele apelida jocosamente - por vezes mesmo a raiar a ordinarice - os seus críticos é profundamente lamentável. A Cavaco chama o "Sr. Silva", a Sócrates denomina de "fascista", aos jornalistas críticos apelida de "cambada de bastardos e filhos da puta", etc, etc, etc.. Depois ainda tem a grande lata de, publicamente, se queixar dessas pessoas que ele ofende não quererem falar com ele. Ou seja, o Alberto julga-se mesmo o palhaço de serviço que só existe para animar a corte. E quem é a corte?? Ele próprio. Todos têm que se rir das suas piadas broncas, todos têm que bater palmas aos seus discursos (que em certos casos fazem lembrar os de Fidel castro)... E quem não se rir, quem não bater palmas fica marcado e depois deixa de mamar da teta do Alberto, que é como quem diz - da teta do erário público pago com os nossos impostos. Eis o estilo do Alberto. Um estilo tão pacóvio quanto paroquial, ao mesmo tempo alegre e deprimente.
Por outro lado, as suas relações com a imprensa e os media em geral são igualmente problemáticas, já para não falar nas diatribes que disse ao representante do governo da ilha, um cargo entretanto extinto, salvo erro. Pois quando um político chega ao poder as relações com os media tornam-se problemáticas. Nesse contexto, a expectativa é sobre o que ele faz e já não sobre as suas intenções. E de boas intenções está o inferno cheio. Hoje, segundo parece, o que o Alberto diz querer já não é um cheque mais gordo, mas mais competências para gerar receita. Que seja, se pudesse até lhe daria a independência, talvez assim o Alberto ainda se integrasse na OUA, como diz com graça o Jumento...
Acresce que nem sempre o Alberto encontra na imprensa uma consonância de pontos de vista que diga ipsis verbis aquilo que ele desejaria ver reproduzido, e às vezes é até humilhante essa relação entre Alberto-jornalistas. Marcados por uma agressividade recíproca, outras vezes trata-se duma relação pautada pela extrema dependência financeira que certos jornais têm da sua pessoa, a ponto de este os financiar e assumir isso públicamente. Neste caso, além de ilegal, é um enxovalho que faz a certos jornais regionais que por razões puramente económicas se agacham aos ditâmes do Alberto, o que não deixa de ser humilhante.
De molde que Alberto emerge neste contexto como aquele político bezerro-de oiro que não pode tolerar qualquer espécie de crítica, ou quando ela ocorre é logo considerada injusta, é como se os media em geral e os jornalistas em particular vissem sempre nas suas palavras e acções apreciações intoleráveis e um atentado à liberdade de expressão e à liberdade política de Alberto, daí a natureza conflitual dessas relações.
Só que o Alberto, que até já foi jornalista e director dum pasquim regional e hoje escreve no Diabo - que também é uma "grande referência da imprensa escrita" (como bem sabemos...) tem de perceber que essa mesma imprensa vive, por definição, da suspeita permanente. Ou seja, é função da imprensa pensar que não existe pureza ou bondade natural nos discursos e nas intenções dos agentes políticos, e, óbviamente, o Alberto não escapa a esta regra, apesar dele querer vestir vezes sem conta a pele do cordeirinho.
Resumindo: o Alberto desejaria ter uma imprensa e uma opinião reverencial e sistemáticamente elogiadora, sempre pronta a tecer os améns e mui fiel e domesticada. Mas não tem, e agora com a blogosfera ele que se cuide. Até porque boa parte dessa mesma blogosfera conhece-lhe os podres todos, sabe o que ele vale e também não andou quase uma década para tirar um miserável curso de direito. Um direito a que, na prática, ele espezinha, até pelo profundo desrespeito que ele sente pelos outros que pensam diferente dele.
Em vez de direito ele deveria ter cursado era um mestrado em democracia avançada, talvez saísse um verdadeiro democrata... A ilha precisa, pelo menos há três décadas. E as auto-estradas, os túneis e os hotéis não significam a felicidade daquela maravilhosa gente, apesar de ajudar...
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Honestidade (propaganda VISA)
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