A política portuguesa por um canudo de dia santo...
José Sócrates promete responder à polémica com comunicação social
O primeiro-ministro escusou-se hoje a responder às perguntas dos jornalistas sobre a polémica relativa ao seu processo de licenciatura e as alegadas pressões do Governo à comunicação social, noticiadas nos últimos dias pela imprensa. José Sócrates deslocou-se hoje ao Parlamento, onde assistiu à interpelação do Bloco de Esquerda ao Governo sobre emprego, e à saída do plenário foi confrontado com as questões dos jornalistas, mas remeteu-se ao silêncio, afirmando apenas: "Terão notícias a seu tempo". O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, defendeu hoje que as acusações de tentativa de condicionamento dos "media" pelo Governo constituem "uma campanha de calúnias" que têm sido "sistematicamente invalidadas" pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).Os telefonemas de assessores de imprensa para os jornalistas de vários jornais motivaram um artigo publicado na última edição do semanário "Expresso", intitulado "Impulso Irresistível de Controlar", que vai ser analisado pela ERC.A entidade reguladora anunciou que vai ouvir David Damião, assessor de imprensa do primeiro-ministro, e o jornalista Nuno Saraiva, autor do texto em causa.A ERC decidiu também chamar os directores de informação da Rádio Renascença e da SIC-Notícias, Francisco Sarsfield Cabral e Ricardo Costa, respectivamente, o director do PÚBLICO, José Manuel Fernandes, e o jornalista Ricardo Dias Felner.No artigo do "Expresso" relatava-se a forma como o gabinete do primeiro-ministro reagiu à publicação, dias antes, de uma notícia do PÚBLICO que apontava falhas e contradições no processo de licenciatura de José Sócrates.Sarsfield Cabral e Ricardo Costa relataram como foram contactados por assessores do primeiro-ministro quer para protestar o eco dado à notícia, quer para a desvalorizar.Num longo artigo, em que cita os três directores, o semanário analisa a "sofisticação" e o "profissionalismo" com que o gabinete de Sócrates gere a informação e afirmava mesmo que, ao "longo da semana que durou a investigação do PÚBLICO, o 'Expresso' apurou que José Sócrates ligou, pelo menos, seis vezes ao jornalista que investigou a história".
Obs: Dada a insistência dos telefonemas de Socas aos jornalistas em apreço chego até a pensar que os jornalistas governam este país. Já estou a imaginar o meu amigo Francisco Sarsfield Cabral de S. Bento a fazer política económica, a baixar os impostos e a governar a nação radiofónicamente a partir da sua extensão da RR. Confesso, a ser verdade tudo isto, que começa a irromper algum nervosismo de Socas nesta questão que está ganhando foros de cidade. Certamente, que tudo isto decorre de três coisas aparentemente anormais:
1. Uma Universidade - como a UnI - não deve ser uma espécie de Campo Pequeno em dia de tourada. Isto anima os media e dá milho ao povo que continua alienado. Até o parcial Marcelo de sousa já disse que esta questão do canudo é a 2ª mais sensível para Socas depois da Ota. Brilhante!!!
2. Os canudos não se passam aos Domingos, que é dia santo. E é dia de bola... Por regra, os chefes de secretária têm esses vícios, além de roubar as borrachas, os lápis e alguns levam também o papel e o agrafador para casa. Com isto não estamos a dizer que a "chefa" da secretaria da UnI tenha esses hábitos. Pode ser que estejamos diante um caso bem mais grave...
3. À falta de melhores argumentos a oposição tem de ir ao caixote do lixo da UnI para compilar argumentos que depois leva para o hemiciclo e daí fazer oposição.
A quarta razão está ainda oculta no esclarecimento que Socas irá fazer. A seu tempo, como diz... Mas uma coisa é certa: Portugal não o elegeu se ter licenciado na UnI, que muitos até desconheciam existir. Pois se assim fosse o eleitorado teria de fazer uma lista prévia de alguns licenciados - que por o serem - deveriam ficar liminarmente excluídos do exercício do poder. À cabeça lembro-me já de dois: "Zandinga e Gabriel Alves", assim a modos que Fujão Barroso e Pedro Lopes que na décado de 70 partiam cadeiras nas carolas um do outro.
E tudo por causa de "gajas", diz-se... E algumas delas hoje até são casadas e senhoras respeitáveis e europeistas. Isto não me deixa de fazer lembrar aquela mistificação do D. Quixote no romance do Cervantes - que ao ver umas meretrizes na venda D. Quixote logo dizia tratar-se de donzelas de nobre estirpe em castelos imponentes.
Ora, visto ao longe, a UnI também se parece com uma universidade, ao perto é pior que um palheiro de vacas tresmalhadas, sem ofensa para os jumentos da blogosfera, alguns até são geniais, mas não governam, felizmente!!!
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