Durão vs Fratini - Europa-Estoril & Corrupção

Hoje sabe-se que a vinda do Comissário Franco Fratini ao Estoril para participar numa Conferência do psd sobre corrupção foi feita a convite de MMendes e com muita insistência, senão pressão de Durão Barroso, que de Bruxelas faz pontes com Mendes, seu ex-ministro. Em Novembro último o dito Fratini já cá tinha estado.

Ora, sabe-se que o Comissário italiano tem hoje especiais responsabilidades na gestão dos fluxos migratórios na Europa, seria natural poder ter uma intervenção na Gulbenkian, ou então - o que seria mais natural - não teria vindo a Portugal no preciso momento em que a mesma decorria na Fundação Caloust Gulbenkian. Logo, a sua vinda, pelo timing e oportunidade tornou-se irracional, apenas serviu a agenda politico-partidária do psd - onde palrou para meia dúzia de lesmas. Ainda por cima por referência ao plano anti-corrupção de um socialista hoje na Europa, tamanha é a ironia do destino. Reporto-me, naturalmente, a João Cravinho.

Parece-me claro que António Vitorino pouco ou nada se importaria se a seu lado tivesse o palestrante Franco Fratini, uma sombra da lógica e da racionalidade discursiva daquele. O problema é que Durão barroso já não sabe o que há-de fazer à maldita Europa que engendrou, por isso vinga-se nestas pequenas coisas.

Ferido na sua alma, Barroso, como ontem dizia o Editorial do Jumento, meteu uma cunha a Fratini para que este adornasse a conferência do psd sobre corrupção. É assim que Durão faz política intra e extra-muros. Um verdadeiro caso de sucesso.

Ou, como diria, Chateaubriand: a ambição de quem não tem capacidade é crime. Este é o crime (político) de barroso na Europa, depois de ter deixado Portugal em chamas.