quinta-feira

A entrevista do Procurador Geral da República, Pinto Monteiro: um homem comum

UM HOMEM COMUM, portador de toneladas de banalidades...

EXCESSO DE PRUDÊNCIA É MEDO...

Bem disposto, ingénuo, pouco articulado, repetitivo, temerato, excessivamente prudente, medroso em certos casos. Seria assim que o fixaria na vitrine das socio-caracterizações após a entre-vista a Judite de Sousa na RTP.
Não sei se Judite de Sousa já ía preparada para fazer uma entrevista à Poirot ou foi no decurso da mesma, ante o vazio das declarações de Pinto Monteiro, que resolveu armar-se um pouco em abelhuda e tirar os tais "nabos da púcara", como diz alí o Jumento - que me pareceu desfocado na sua leve apreciação, pois o entrevistado era o sr. PGR e não Judite de Sousa, apesar daquilo mais parecer a tal conversa de café num bairro decadente em Lisboa.
Vejamos alguns pseudo-factos dessa entrevista: do caso "Apito dourado" o PGR disse haver muitas pendências, muitas acusações por provar, tudo está sob investigação no segredo dos deuses. Sabe-se que o branqueamento de capitais, os jogos de influência politico-partidária, a corrupção, a adjudicação de obras concorrem directa e indirectamente neste fenómeno de corrupção desportiva.
Dos casos Pinto da Costa, Valentim, os árbitros comprados pouco ou nada se sabe. O sr. PGR referiu que no final ou haverá acusação ou arquivamento, e eu temo bem que este Procurador termine o seu mandato mais cedo do que o previsto com a secretária empilhada de arquivamentos. Desde logo, porque com o tempo não será ele o homem-forte, mas sim Maria José Morgado - por ele escolhida por ser sabedora, competente, corajosa e ter obra publicada. Após ouvir Pinto Monteiro a tratar com pinças os nomes de Pinto da costa e Valentim Loureiro fiquei com a sensação que costumam ir os três à missa ao Domingo e depois vão comer cozido a casa de uma das sogras em regime de rotatividade. Houve ali passagens veraddeiramente vergonhosas...Dignas de um PGR à procura de um papel, de uma missão...
Depois ficámos a saber que a Editora que lançou o livro de Carolina Salgado, ex-mulher de pinto da Costa, lhe o ofereceu pelo correio. Começou a lê-lo, mas depois de ler algumas páginas desinteressou-se e pediu a uma sua secretária que lhe fizesse um resumo do mesmo, o que fez em três páginas. Isto também não deixa de reflectir algo na personalidade de Pinto MOnteiro, que passará a fazer os seus juízos a partir da interpretação que uma secretária sua faz de um livro que pode não ter rigorosamente nenhum interesse literário, (e não terá, certamente!!), mas terá relevância jurídica no quadro do caso Apito dourado. Aqui Pinto MOnteiro esteve igualmente mal. Mais uma vez ficámos a saber que Pinto Monteiro tem uma senhora que lhe faz o trabalho...
Relativamente à autarquia de Lisboa Pinto Monteiro conseguiu ser mais trapalhão do que os trapalhões. Generalizou, rodeou, reclama-se de um espírito sintético e acabou por ser uma formiguinha com medo das palavras, escolhendo-as cirurgicamente denotando o medo que ele próprio tem da função que exerce. Estou desconfiado que desconhece o nome do Vice-presidente, Fontão de carvalho, além de que para ele ser arguído é uma banalidade. Logo terá de se mexer na lei para só constituir arguídos aquelas pessoas que sejam apanhadas a roubar o cofre do tesouro através dum túnel escavado a partir dos gabinetes da Câmara Municipal de Lisboa.
Já estou a imaginar Fontão armado em mineiro, de lanterna à testa, todo mascarrado, seguido pela sua amiga dona Gabriela, Carmona e demais assessores e figurantes menores daquela exploração mineira que é a autarquia de Lisboa que jamais deveria ter sido empossada por aquele bando de gansos selvagens que olham para a política como uma coutada de empregos e tachos para os amigos...
Depois, para revelar todo o esplendor das suas trapalhadas, Pinto monteiro confunde a EPUL com a EPAL, elevando-se ao ridículo e denotando mais do que uma tremenda falta de rigor na identidade das instituições quee ar suposto conhecer e até uma falta de destreza intelectual (e funcional) para o cargo que desempenha. Um destes dias chama Guterres a Sócrates, D. José Policarpo a Cavaco e, se tiver amante, pode prejudicar-se seriamente ao confundir o nome dela com o da sua esposa. Em suma, tudo aquilo foi uma leviandade enrolada numa grande trapalhada.
É óbvio que a sua boa disposição ajuda a minizar os estragos iniciais da sua imagem, pois procura ser excessivamente consensual, demasiado contemporizador, nunca contrariar ou ser ríspido, mas esse seu laxismo será, a prazo, o seu principal garrote. O outro será confundir blogues com cartas anónimas, denotando todo o seu analfabetismo digital...
"A corrupção em Portugal é média" - diz Pinto MOnteiro. E aos cerca de 20% de economia paralela que graça pelos mentideros da "futebolítica", construção civil e partidos políticos o sr. PGR contrapôs, com alguma satisfação, que nos demais países da Europa essa corrupção decorrente da economia paralela assume 80%.
- Bem!!! - Aqui fui ao rubro e fiquei com vontade de perguntar a Pinto Monteiro se ele fica assim tão satisfeito com as desgraças dos outros a ponto de esquecer as nossas... neste país da impunidade. Até daqueles que são quase assassinados a mando de pinto da Costa, o novel Padrinho à portuguesa. Ante isto aquilo que o sr. Pinto monteiro tem para dizer ao País é que a Justiça poderia ser um pouco mais celere... Francamente!!! ESte Pinto monteiro é uma vergonha.
Sobrevoou as medidas de João Cravinho, que irónicamente emigrou, repetiu cerca de 25 vezes a expressão - Não posso comentar - e depois foi ligeiro, como convém, no que diz respeito aos contornos da Operação Furação - que envolve em larga escala o millenium b c p, muita outra banca, empresas em geral. Ficámos a saber do seu brilhante plano para combater este flagelo: fazer "furacõezinhos"... Aqui conseguiu ser estoicamente ridículo.
Confesso que me desgostou a entrevista. Confirmei aquilo que já suspeitava em Pinto monteiro: um homem comum, intelectualmente impreparado, falta de visão, ausência de um plano operacional para combater efectivamente a pequena, média e alta criminalidade económico-financeira (e desportiva) em Portugal, muito superficial na análise das questões, temerato, pouco articulado, excessivamente banalizador misturando alhos com bugalhos e até contraditório.
Veja-se um traço dessa superficialidade em Pinto Monteiro: o contexto em que ele mandou fazer um inquérito ao caso dos vôos da CIA só porque a tontinha da eurodeputada ana Gomes - que se quer vingar de Sócrates e de Luís Amado (daquele porque não a nomeou Ministro dos Negócios Estrangeiros, deste por ser o titular da pasta) - com base nuns papéis que aquela lhe entregou. É curto, muito curto... Desconhecemos se ensses papéis seguem as visões dos pastores trolhas e pintores das Lages...
Houve, contudo, uma pergunta que Judite de Sousa faz a Pinto MOnteiro e em relação à qual ele foi completamente desastrado a responder. Perguntado sobre o porquê do seu estado de graça, volvidos estes 4 meses, Pinto MOnteiro responde:
"Ainda não houve nada para me colocar em desgraça". Ainda consegiu ser pior do que Fontão de carvalho, quando lhe perguntaram porque razão não disse que já tinha sido constituído arguído no caso - não da EPAL (como diria o sr. Pinto Monteiro) mas da EPUL!!! - Respondeu da forma que se sabe: não me perguntaram - disse o tal Fontão.
Alguns bloggers que reputo inteligentes e argutos tiveram opiniões que me deixaram abismados, o que me leva a pensar que enquanto estavam a ver a entrevista deveriam estar a fazer amor com a vizinha do lado, que deve uma brasa de Verão, só assim se explica as opiniões que emitiram - pensando eu que a parte boa que consideraram em Pinto Monteiro se ficou a dever aos gemidos da vizinha, e a menos boa resultou da minha própria subjectividade.
Oxalá me engane relativamente a este Souto Moura Pentium II - versão 486. Uma vergonha...
  • Obs: faça-se uma resma de cópias de envie-se para a Rua da Escola Politécnica, as que sobrarem sejam enviadas para o jardim do Príncipe Real, poderão servir para apanhar os dejectos dos pombos de defecam na cabeça dos humanos, um pouco como a concepção de Justiça que vi defender por este PGR, o Sr. Pinto Monteiro.