Gorby virou articulista
«No seu primeiro artigo, analisará os resultados de 2006, e nos próximos números responderá às perguntas dos leitores», afirmou a fonte, citada pela agência Interfax.
Nos termos do acordo firmado com a companhia que edita o New York Times, Gorbachov colaborará com prestigiados jornais europeus, norte-americanos, latino-americanos e asiáticos.
Em Junho, durante o congresso da Associação Mundial de Jornais, Gorbachov anunciou a compra de 10% das acções da revista opositora russa Novaya Gazeta, onde trabalhava a jornalista Anna Politkovskaya, assassinada em Moscovo.
O ex-presidente da URSS prometeu que o jornal não mudaria a sua linha opositora, que o transformou nos últimos anos no veículo mais crítico do Kremlin.
Prémio Nobel da Paz de 1990, Gorbachov administra actualmente o Fundo Gorvachov, que se dedica à pesquisa política, social e económica. [...]
*****************************************
Já contactamos Gorby para umas prestações no Macro, mas o cahé pedido foi pouco na linha modesta do comunismo soviético que, afinal, professa um capitalismo de Estado puro e duro. Sai-nos mais em conta e com melhor proveito e talento o convite ao Jumento... Vendo bem, o homem que tinha o mapa na cabeça acabou por perder o pé às reformas e foi engolido pelo alcoólico Boris, o tal que apalpava o rabo às secretárias em público. Enfim, malhas que o império tece, ou tecia. Talvez Gorby devesse ter aprendido algo com os chineses: primeiro as reformas económicas, depois a economia, a economia, a economia, a economia - e só depois, volvidos 50 anos, se começa a respeitar um niquinho de direitos humanos que é para as associações de direitos humanos não chatearem muito nos media globais. Ora, Gorby fez tudo ao contrário: fez as reformas políticas e com isso partiu o Império. Tinha o mapa desenhado na cabeça, mas nem isso lhe serviu de guia para chegar a bom porto. Contudo, é aqui recordado com amor e carinho. Gorby sempre foi um democrata, um homem civilizado, beijou Reagan, simbolizou o termo da Guerra Fria e rasgou horizontes para o império se democratizar e humanizar. O resultado está à vista: o país é hoje governado por um tipo do ex-KGB, inculto, mafioso, vingativo, ditador-zeco, a única coisa de que sabe falar é de armas, e parece que manda matar - via envenenamento - uns jornalistas cuja linha editorial critica o Poder. Um exemplo, portanto...
<< Home