terça-feira

Cegadas lusitanas com traços exóticos

A este papagaio só lhe falta carregar sacos de farinha em África para inglês ver ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
O SOL, ANTÓNIO PRETO E MARQUES MENDES (in Jumento)
Se o que o semanário SOL disse de António Preto na sua última edição for verdade só resta a Marques Mendes exigir ao ainda deputado que se demita de todos os cargos políticos e abandone a vida política activa no PSD. Pouco importa se as malas e sacos de plástico tinham dinheiro de honorários ou não, se as escutas foram ou não legais, se presume a inocência ou não, não é aceitável que um dirigente consiga um cargo eleito no partido pagando as quotas dos militantes. Isso é corrupção mafiosa ainda que por aí a lei não o incómoda. Mas se a lei não incómoda Marques Mendes não se pode esconder atrás da presunção da inocência para não tomar posição, a corrupção de valores num partido democrático é mais do que suficiente para Marques Mendes ter a obrigação ética de tomar posição. Não foi assim que fez com Valentim Loureiro e Isaltino Morais? Ou será que os seus bons princípios não se aplicam aos seus apoiantes mais íntimos?
Mais Pub. ao Sol e A. Preto, (ainda) deputado do Psd???

A confirmar-se aquilo que toda a gente já sabe há anos com o dito dirigente e ainda deputado do PsD (pensei que já tivesse renunciado ao cargo que é da nação, não dele) tal revela três coisas: 1) que a justiça em Portugal é uma miragem e que os alegados crimes compensam, e de que maneira; 2) que os partidos, por acção directa e indirecta de certas ervas daninhas que proliferam no seu seio, transformam-se em vectores deformadores da liberdade individual dos cidadãos que se afastam cada vez mais da actividade política, até pelo nojo que ela suscita; 3) e o facto de se instrumentalizar o poder e a influência adquirida no partido para enriquecimento pessoal, pagamentos por fora, por dentro, pelo lado, com ou sem mala de pele de jacaré morto à bofetada e xutos no traseiro, acabam por funcionar como elementos fragmentadores da coesão social que mina e destroi a comunidade. Este é um caso em que um ex-dirigente partidário, responsável pela Distrital de Lisboa se arrasta penosamente, com a agravante de se manter ainda deputado, espelhando que a vontade do partido forja vontades parciais que se impõem aos demais militantes, simpatisantes e à sociedade em geral. MMendes tem de compreender uma coisa comezinha: enquanto tolerar "abortos políticos" desta natureza e dimensão não passará da S. Caetano e só cruzará os Passos Perdidos em S. Bento como líder da oposição, muito dificilmente como PM, que diz querer ser em dois mil e carquejas...
Faça os outros trabalharem por si, mas fique sempre com os créditos
Use a sabedoria, o conhecimento e o esforço físico dos outros em proveito próprio, ao estilo de algum caciquismo local mais marialva. Não só essa ajuda lhe poupará um tempo e energia valiosos, como lhe dará uma aura de desejado, de eficiência e de rapidez. No final, os seus ajudantes, também conhecidos pelos sabujos dependentes ou os que seguram e levam a pasta (ou a mala, consoante a terminologia), serão esquecidos, mas a sua pessoa será lembrada. Não faça o que os outros podem fazer por si. Tudo isto é muito bonito, mas há sempre um "comboio" que se atravessa no caminho, e quem diz um comboio diz uma mala de pelica de feira do relógico ou da loja dos 300, afinal do que é que falamos!!!

Al Capone, o Scarface - Quando se entra nos negócios ilícitos é para sempre.

in Al Capone, cit., in Philadelphia Public Ledger, 1929

Quem já não se lembra do Scarface... , ligado ao massacre do S. Valentino day e ao contrabando (não de informações políticas nem de tráfico de influências ou compra de poder e pagamento de quostas) mas ao tráfico de bebidas alcoólicas que depositava nos bares, clubes clandestinos e bordéis. Filmes sobre Al Capone foram às carradas, como as figuras tristes que certos caciques fazem pelo burgo. Kevin Kostner foi o actor que em filme mais o perseguiu em Os Intocáveis (1987). Por esta altura muita gentinha sonhava ser deputado, e para o efeito preparava o futuro começando logo a colar cartazes, início duma subida fulgurante, o resto faz-se com os padrinhos e as madrinhas de leite, ou não. Mas a evocação aqui de Al Capone, o Scarface lembra os mercados de rua, a pobreza, a imigração clandestina, a pancadaria, as casas de penhores, os bordéis, os recados, as ambições, as fidelidades, as hierarquias e o comando à vox do dono e um conjunto de hábitos e de defeitos que com a idade só se agravam. Um dia Capone - que já trabalhava como gansgter a sério foi trabalhar para um bar, abandonando a sua carreira de guarda-livros. A sua função era usar os punhos e às vezes naifas e o pistolão, quando a coisa aquecia a fim repelir os clientes indesejáveis que davam má fama à casa e estragavam o negócio. Mas um dia parece que Al Capone manda um piropo mais atrevido à irmão de Frank Galluccio, outro mafioso local que frequentava o Harvard Inn, o bar onde se deslocara com sua irmã e aquele trabalhava. E como considerou esse comentário ofensivo à sua irmã defendeu a honra da família golpeando o rosto de Al Capone três vezes, deixando-o marcado para o resto da vida, conferindo-lhe assim a alcunha de Scarface.

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