segunda-feira

Turbo-ministro: o tractor e a economia nacional

Na história da nossa vida política encontramos ministros para todos os gostos: técnicos, políticos, corajosos, temeratos e depois há os turbo-ministros que mudam de opinião a uma velocidade estonteante, conforme o vento, as ânsias, os receios e, claro, os interesses em jogo neste tabuleiro da vida. Para ilustrar o que pretendo tenho de contar uma história: um tractor dum fazendeiro estava avariado, à semelhança da economia nacional, e o homem teve de chamar o mecânico. Após uma verificação completa ao veículo pegou num martelo e deu uma única martelada, numa determinada parte do motor. O tractor voltou a funcionar como se nunca tivesse avariado. Quando, porém, o fazendeiro viu a conta que o mecânico lhe apresentou, ficou desnorteado e reclamou:
- Como é que o senhor pode cobrar um valor desses se apenas deu uma única martelada no motor do tractor?
- Meu amigo - respondeu o mecânico - , pela martelada propriamente dita cobrei um valor muito baixo. O que cobrei foi pelo conhecimento de onde a martelada tinha de ser aplicada.
- Esta história revela bem a importância em valorizar o factor conhecimento e de como ele nos pode ajudar a resolver problemas. Seria isto que era esperável ver nas recentes negociações entre o governo e os promotores do empreendimento da refinaria de Sines.
- Com isto não se faz aqui a apologia de serem os ministros-consultores ou turbo-ministros a auxiliar nas soluções de problemas das empresas, apenas se pediria o reforço que poderia ser um (re)caminho económico a ser trilhado. Afinal, quantas e quantas vezes o ministério da Economia concede subsídios, vantagens fiscais e outras facilidades para evitar que as multinacionais do risco não levantem a tenda e deslocalizem a sua actividade económica para outro lado? São tantas que já parecem ser a regra...