segunda-feira

Quem faz isto tem de ter horizonte, muito horizonte.. e algum zenite

Parecem letras, palavras, frases, textos entalados entre-capas encandescentes faiscando nos erotismos do nosso quotidiano. Mas não são. São hélices em movimento movidas a uma energia mental que nos recriam a todo o instante. Quem viaja ou já viajou percebe este poema existencialista-estradista - como um grande Mercedes que galga todas aquelas A1's, A2's, A3's... Pergunto-me que viagens teve a autora de fazer para pensar isto? Que trajectos percorreu para burilar esta imagem? Quantos kil. e quantas mudanças meteu para alinhar a direcção desta reflexão que, em boa hora, poderia (até) ser dedicado a todos os viajantes das A1's, A2' desse Portugal profundo, esquecido, encarcerado, adiado: os viajantes físicos e os outros, os ciber-virtuais. A autora termina com três conceitos que nos "matam" a pensar: "caminho, destino e morada". Afinal, além da física quero crer que há aqui também muita meta-física. Temos, assim, uma poesia objectivista, subjectivista (q.b.), erótica e encasdencente. A sensação que tive em ler este autor que só conheço do respectivo blog, foi o de ter entrado numa galeria de arte e ficar imediatamente sem a carteira. Cá fora respirei de alívio porque, afinal, ela ficou mais pesada e o "assaltado" mais enriquecido. Por isso, dizemos que aqui está um bom par de livros que se não poderem ser adquiridos normalmente devem imediatamente ser furtados. Pois em nome da cultura um pequeno furto converte-se sempre numa acção cultural, ou mesmo de graças.