terça-feira

Os defensores d'El rei - d 'áquém e d' além "Algarves"

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Olhem, eu também Não!!! Como sabem, isso foram invenções do dr. Cunhal... Nunca defendi Stalin, e quando levantei o punho da mão esquerda foi para fazer duas coisas: a) meter o socialismo na gaveta; 2) abrir a outra gaveta para deixar entrar o sistema capitalista que hoje vive (ou viveu) à sombra do orçamento liberal que sibsidia fundações deste nosso pobre Estado luso que nos desgoverna. Não confundir Grouxo Marx com o Carlos Marx. Um era cómico, o outro também.. e alguns cultores dessas doutrinas parece que também têm a sua piada.
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  • O sr dr. Vital Moreira discursando - no tempo em que a Bíblia era o velho Marx. Havia então muita fome no Alentejo. Fenómeno esse que se agravava com as famílias numerosas, ao invés de hoje - que por tanta escassez dessas criaturas as universidades têm de fechar e despedir os seus professores. Enfim, velhos tempos, os da Reforma Agrária - que tornou o país ainda mais subdesenvolvido, deficitário e depende do exterior. Tudo à sombra daquelas teorias, doutrinas e outras ficções que a realidade (e a própria natureza humana) desmentiram.
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  • Aqui vemos VM - já depois da Reforma Agrária: "soarista, republicano e laico". Em que aplicou as suas doutrinas marxistas-leninistas que fizeram o país "crescer", "modernizar-se" e" desenvolver-se". Aliás, há mesmo quem diga que o Centro Cultural de Belém, os milhares de Klm de auto-estradas, hospitais, universidades e muitos outros equipamentos sociais, foram construídos directamente sob a batuta daquelas teorias marchistas (também conhecidas pela vulgata que Aron desmontou em 70) made in Moscow. Ah, e também adepto e forte teorizador das forças do bloqueio. Não se sabe se por inspiração própria, ou se por inspiração do seu colega, o doutor G. Canotilho, muito ouvido em Belém, por sua Exª , o sr. dr. J. Sempaio. Afinal, o doutor VM quiz colar a Carlos Blanco de Morais (proponente de Cavaco) a teoria da conspiração assente nas "forças de bloqueio" - para safar Soares desta alhada, e acabou por se embrulhar na teoria das forças do bloqueio de que, afinal, também foi (se calhar) um forte cultor. E depois chama isso aos outros. Enfim, é a velha técnica da projecção dos defeitos próprios que procuramos transferir para os outros. A psicologia mais primária explica isso. E a escola marxista do tempo do KGB de trazer por casa também ensinava isso aos estagiários das secretas que depois eram mandados para as capitais ocidentais para aí seguirem grandes carreiras como espiões ao serviço do Comunismo internacional, de que hoje já ninguém se lembra, e que o doutor Vital também já quer, certamente, esquecer. Enfim, cada um tem o passado ideológico que tem e a mais não é obrigado. Isto porque hoje ser comunista não é nenhum crime, mas é preciso ser-se muito corajoso, e se as teorias e as doutrinas sociais, económicas e políticas do velho comunismo não se ajustarem mais à realidade (como sucedeu desde o fim da queda do Muro de Berlim e do colapso da ex-URSS) então muda-se a realidade, muda-se de povo - e, para o efeito, nada melhor do que apoiar Mário Soares. O qual, numa frase, é capaz de dizer duas coisas diametralmentralmente opostas. E não ver aí qualquer incongruência ou até incompatibilidade... É também por isso que acho mui cómico e hilariante ver estes comunistas transmutados apoiar agora o velho leão, que ajudou a fundar a Democracia em Portugal - mas não sairá pela porta grande da história. Não pela idade (mas também) pela forma como se relacionou com o seu velho compagnon de route, M. Alegre, o poeta de Argel que agora o ultrapassa nas sondagens.. Veremos o desfecho deste trágico fim que aqui antecipamos.
  • O senhor infra - obviamente não é o sr. doutor Vital Moreira, é Karl Marx tentando vislumbrar no mapa-mundi onde vai vender a sua próxima sebenta. A qual já está desactualizada, mesmo antes de ser editada. Marx sempre foi assim, mais rápido do que a sua própria sombra. De economia não percebia nada, como Soares, e o pouco que sabia era formecido pelo seu financiador e amigo, Frederico Engels - que também sustentava a família. Também gostava de ter um Frederico assim na minha vida... E em Coimbra, tradicional matrix da universidade lusa, há por aí uns eminentes juristas que nunca entenderam isso. E não entendendo isto também nunca conseguirão perceber que COMUNISTA verdadeiro na terra só houve Um, e mataram-no aos 33 anos. Era marceneiro, como o nobel Zaramago, e respondia pelo nome de Jesus Cristo. Parece que fundou uma religião que hoje se chama cristianismo que todos proclamam em contexto pré-eleitoral mas que ninguém pratica depois das eleições. Talvez seja por isso que eu já tope os políticos à légua, e mesmo antes deles começarem a falar, mudo de canal. E quando vejo do doutor Vital a expender as suas mui nobres teorias e doutrinas de pacotilha (que já deixaram de ser ensinadas há quase meio século na Europa desenvolvida e esclarecida), adormeço velozmente, para só acordar na parte em que consegue ser razoável em matéria de apoio presidencial, e só a este capítulo nos reportamos aqui.
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  • Vi hoje o Prós & Contras. Foi uma maravilha. Pelo menos hoje já não eram os cromos do costume que a "Fátinha" sempre convida para as ditas ocasiões.
  • Cada qual representava a sua dama, mesmo que a dama não se revisse no defensor. Mas confesso que gostei. Isto apesar de ter adormecido 50% do tempo. E sempre que acordava era para ouvir as falácias discursivas do velho comunista de Coimbra, o sr. prof. doutor Vital Moreira e os seus exaltantes escritos (gabados por terceiros) na imprensa escrita; presumo que quando adormecia ele voltava às liberalidades do regime neo-capitalista e renegava ao seu passado.
  • Quanto à conflitualidade inter-institucional entre Belém e S. Bento.. ela existiu, de facto. Parece que Eanes andava sempre armado... Os latifundiários no Alentejo também... Então, eu era menino, mas já não andava de fraldas e ouvia as pessoas queixarem-se das intromissões do Gen. Eanes na esfera do executivo. E com o dr. Pinto Balsemão a desconfiança era tal que até tinham de levar gravadores - para não haver distorções nas declarações antes e depois da reuniões. Era o dealbar da democracia. Em todo o mundo foi assim. Apesar de tudo, no nosso Parlamento os deputados ainda não andaram à pancadaria, como é usual noutros países quando os pontos de vista aquecem, e as cadeiras voam sob o hemiciclo.. Era natural, pois as pessoas então ainda não sabiam falar correctamente em público, mesmo com microfone. Os perdigotos eram mais do que muitos, as ideias eram todas importadas dos países onde o sr. doutor VItal recolhia a inspiração para escrever aquelas tretas marxistas-leninistas que hoje se dão ao kilo na Feira da Ladra, e ninguém quer..
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  • Mas o que era normal, coerente e lógico era que Eanes apoiasse Cavaco. Não apenas por empatia de ordem pessoal, mas porque sempre houve convergência política entre ambos. Estranho seria vermos hoje Eanes de braço dado com Soares, descendo a Av. da Liberdade para ir papar o lanche preparado pela CGTP nos Restauradores. Portanto, na minha modesta cabecinha - o que faz sentido - é que Eanes apoie Cavaco. Agora, ver a Zita Seabra, correligionária do doutor Vital apoiar Cavaco já me faz mais comichões nos neurónios, por razões tão óbvias que aqui me as dispenso de comentar.
  • Quanto ao sr. doutor Vital Moreira - que até já teve a gentileza de me enviar uns mails, e depois quando o passamos a criticar aqui - ele deixou de responder (falta de dialéctica, certamente!!!). Em todo o caso, é de considerar uma certa percentagem do seu elaborado raciocínio e cultura jurídicas. Mas quando ele se esquece que é jurista e começa a ser politólogo, historiador e o mais, estraga tudo, até a parte em que é respeitado.
  • Então ele já não se lembra que as "forças do bloqueio" não emanavam só do Tribunal de Contas nem de algumas corporações, elas tinham - sim - a sua fonte estrutural em Belém, pela mão e pela vox do sr. dr. Mário Soares? Será que o sr. doutor Vital não sabe este A-B-C da política caseira, ou quer enfiar-nos a suas sebentas marxistas-leninistas da década de 70 pelos olhos adentro? até ficarmos cegos, como ele, por vezes fica. Ou finge que fica, apenas para suportar a lógica e a dialéctica que defende públicamente.
  • Aliás, basta-lhe ouvir o nome de Cavaco para o homem ficar irritado, vibrante, cora, tomata, mas depois, e com muita categoria, o doutor Carlos Blanco de Morais, acalmou-o. E, por fim, o senhor Conselheiro "qualquer coisa" - peço perdão de não ter anotado o nome, mas deve ter sido no momento em que adormeci de novo - gabou-lhe muito o artigo do sr. doutor Vital no Público, e este ficou notóriamente embevecido, pelo que a crispação anterior se dissolvera. Eu já tentei fazer isso com o boletim do totoloto e do euromilhões mas, até ao momento, ainda não deu resultados... Terei de consultar os astros desse tal conselheiro Acácio...O do Eça.
  • Depois houve muita poesia no resto da bancada com os demais defensores e proponentes presidenciais. Foi boa poesia, pareceu-me até que por lá se evocou toda a colecção poética de M. Alegre - que depois de avançar recuou, e depois avançou de novo - agora empurrado pela sociedade civil. Não confundir com construção civil, da engil, Teixeira Duarte e Compª, porque Belém não é nenhuma empreitada... Ouviram? Belém, não dá licenças!!
  • Também gostei da Fátinha chamar "boi" a um sujeito que irrompeu pelo estúdio - que deixou de o ser para passar a ser uma "tourada". Ela só não disse, por essa ordem de ideias, se estava no Campo Pequeno, e, nesse caso, ela seria uma consorte do outro... O português sempre foi muito traiçoeiro.
  • Enfim, estes exercícios de estilo são sempre perigosos. Esperto foi o inteligente e talentoso Nabeiro - que rápidamente percebeu a "cegada" circense e se excepcionou daquela "vacada" momentânea, saudando também Portugal com vivas à Liberdade. Só por isso era capaz de votar nele para Belém. Mas como ele estava ali a representar o Louçã - nada feito. A não ser que aquele "toureiro", para retomar a terminologioa da "Fatinha", tenha desempenhado um role playing préviamente concertado com o Bloco de Esquerda, e que por isso, e só por isso, o eminente advogado João Nabais - disse o que disse. Capitalizou e foi, curiosamente (ou talvez não), o único a falar dessa momentânea tourada que não estava programada nem vinha agendada nos folhetos iniciais.
  • Lembrei-me que se isto se passasse em Cuba o Castro da farda verde-azeitona de Évora -, mandava matar logo ali o sujeito em directo, em plena "tourada" - por delito de opinião e por ameaça à integridade física dos painelistas. E no outro dia, no jornal onde o doutor Vital também assina as suas crónicas, o mestre nobel Zaramago, escreveria uma valente prosa para dizer à humanidade que aquela morte foi praticada em legítima defesa. E, portanto, em socorro, ou em "socorrência", como diria o outro, do velho ditador da ilha.
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  • Enfim, são estas solidariedades antigas, de velhos comunas, que me sensibilizam. O doutor Vital relativisou as "forças do bloqueio" para abater Cavaco, mas as heresias comunistas que se passaram nestes últimos 20 anos parece que não lhe tiram o sono. Ele só não consegue dormir por causa do porte atlético de Cavaco; e já se acoita com a previsibilidade e governabilidade enfadonhas de Soares. Isto é que é pensar política em grande, doutor Vital!! E muita coerência.. O senhor doutor parece que tomou muitos Lexotans e muitos Kainever - que são indutores de sono - que o levaram a ficar amnésico durante toda uma década. E hoje quando fala à turba pelos microfones que lhe são facultados, parece falar com as propriedades exclusivas de quem está possuído por uma memória selectiva que não é própria de um cientista social. Ou pelo menos não o deveria ser, com o devido respeito. E é por isso, em nome dessa coerência que não tem nada de histórico, que apoia o dr. Soares.
  • Um dia ganho coragem, meto mãos ao jornal Público e ainda começo a ler os artigos dele. O José Manuel Fernandes, que é o director do amigo Belmiro e apoiante de Cavaco, só tem de dizer a que dias escreve o eminente jurista e professor de Coimbra, que agora anda com as noites estragadas por causa da performance física e mental do tio Cavaco. O mesmo que esqueceu as diatribes de Soares em Belém, qui ça com o choque amnésico dos congressos Portugal que Futuro - onde o doutor Vital também participara. Se não participou, aqui peço o meu humilde perdão. Mas acho que por lá o víamos...
  • Mas o doutor Vital - a pensar política assim - como coze as linhas do direito - confesso que me tira o ânimo para meter mãos à estrada e consultar o Público. Pois quando o lia era só para ver a Banda Desenhada que trazia e fazia as delícias da minha sedenta imaginação. Era tanta que depois me esquecia de ler o resto. Vejo agora que o resto eram ou são esses eminentes artigos sobre questões jurídicas que pretendem ser politológicas, e com títulos muito sugestivos de Quem governa?
  • Andará, porventura, o sr. doutor Vital a ler o Robert Dahl? Até rima!! Bom, mas se ele não sabe quem é e, ainda por cima, o cita, é porque foi sem querer, certamente!!!. Agora lembrei-me da Margarida R. Pinto... Aquela que se descascou toda num programa de Herman José e escrevia na Visão, e depois teve de deixar de escrever... Nunca mais a esqueci. Com toda aquela Biologia.. E por aqui me fico, porque, na verdade, gosto sempre de ouvir o sr. doutor Vital, apesar de nenhuma ideia nova trazida pelo discurso dele me ficar na cabeça. Mas também defender o dr. Soares nestas circunstâncias é altamente problemático. Imagino já igual dificuldade em o dr. Soares, hoje, explicar à turba que as teorias marxizantes sebenteadas pelo doutor Vital no passado serem hoje de grande valia intelectual. C' est la même chose: uma impossibilidade genética.
  • Espero que ele me desculpe. Pois, nada disto é pessoal. Mas eu não consegui perceber a sua (dele, de Vital) animosidade relativamente a Cavaco. Será por este não ter lido Marx, Engels, Lenine e conexos??? Será que Cavaco também é "fascista" - como se dizia ao tempo em que o doutor Vital escrevia aquelas intragáveis sebentas marxistas e marxizantes - só porque o ex-Ministro das Finanças de Sá Carneiro se raspou para Inglaterra para fazer o seu doutoramento?! Será Cavaco - um "alter-ego" do ministro das Finanças do governo socialista - como defendeu, com a lição bem estudada, o sr. doutor Vital Moreira?? Enfim, ele lá trouxe o seu cardápio, e de quando em vez lia a cábula e lá debitava toda aquela propaganda ideológica que saía em pacote que hoje já não interessa a ninguém. A não ser ao próprio que, porventura, se esqueceu que já está no III milénio - e não numa sessão de esclarecimento comunista no meio do Alentejo a propósito de alguma colectivização forçada sem justa indemnização aos respctivos proprietários.
  • Confesso aqui: por vezes ouvir o doutor Vital, sobretudo quando ele foge do direito e se evade para o domínio da política pura e aplicada - me lembro imediatamente do recém-falecido dr. Cunhal. Aquilo é uma cassete que já hoje nem o "dançarino" Jerónimo utiliza. Até este já é mais sofisticado.
  • Confesso também que estes programas televisivos são sempre interessantes e até hilariantes... Desta feita, com novos actores, e não com os restolhos do costume, leia-se os ex-ministros de Salazar que um dia, após a morte do "botas", almejaram ser Primeiro-Ministro. E como nunca o foram viveram nestes últimos 30 anos com um elevado grau de recalcamento e de frustração pessoais, temperados com elevada castração política conexa, o que fez deles "leões" feridos com o "cio" político e em permanente guerra civil. E por isso quiseram integrar estruturas ligadas à Educação e Ensino Superior, área da Defesa, Investigação e Laboratórios do Estado - de que depende a investigação & desenvolvimento e o mais. Enfim, temos hoje de conviver com essas "lapas" que quando havia ditadura batiam palmas ao "botas"; quando passámos a ter democracia batem palmas ao novel regime. E quando, um dia, ficarmos completamente ingovernáveis, e desde que eles tenham os rendimentos fundacionais que lhes garante milhares de contos por mês, e com várias casas de campo e de Serra, tudo bem, batem palmas de novo à ingovernabilidade. É preciso é que a família mais chegada destes restolhos octogenários, que ainda pululam na paisagem de parasitas nacionais sentados à majedoura do orçamento geral de Estado, navegando por entre a alta administração do Estado - que avença e paga bem a certos restolhos desta nossa pequena urbe - não fique afectada pelo desemprego nem pela falta de rendimentos que emanam do jogo e do capitalismo de casino e, qui ça, de algum dinheiro de fonte duvidosa por via fundacional.
  • Por outro lado, e estes é que são os problemas essenciais (e não os do quadro de responsabilidade do PR - que está regulado e não mudou, apesar da globalização) tenho alguma dificuldade em compreender como é que um PR sério e responsável, como será Cavaco, irá desenvolver a noção de convergência com este Executivo socialista de Sócrates. Atente-se, a título de exemplo e só para situar a eventual construção da OTA e do TGV, em que o governo/Sócrates está apostado a realizar. Como é que Cavaco, neste caso, sabendo-se antecipadamente a sua posição (ou talvez não..!!) irá concertar posições com o governo? Já que o governo entende que é uma Obra de interesse estratégico e de execução imediata, por isso colocou Vara na CGD, o neto do historiador Oliveira Martins no Tribunal de Contas - e mais uns muchachos seus noutros pólos de poder com efeitos desbloqueantes.
  • Como é que Cavaco, nesta opção altamente sensível para as finanças públicas, e, até para o próprio modelo de desenvolvimento do País, sobretudo quando há desemprego estrutural e uma generalizada crise social em Portugal, irá reagir enquanto PR? De Soares já nem perguntamos - porque ele é politicamente trapalhão e baralha sempre tudo. E no meio dessa confusão, quando estivesse sobre a mesa estes dois casos (OTA e TGV) ele ainda acabava por fazer uma Presidência Aberta na Cova da Moura para tentar humanizar os pretos pobrezinhos que são vítimas da sociedade contemporânea, que os explora e info-exclui do actual ritmo de crescimento tecnológico gerado pela globalização predatória que nos desgoverna.
  • Isto seria Soares no Palácio Rosa, a não ser que o doutor Vital Moreira lhe passase a escrever os discursos em Belém. Mas temo que esses discursos terminariam quase sempre da mesma maneira: justificando o lugar dos pobrezinhos na sociedade, porque eles são uma vítima da globalização predatória e, portanto, podem continuar a roubar, a espancar e a instabilizar a sociedade - mormente na linha de Sintra - onde os polícias assistiam aos assaltos e assobiavam para o lado.. - que Belém estaria com eles. Do dr. Soares ficámos com um excelente retrato em 1974, do dr. Almeida Santos (que foi a Felgueiras abraçar a srª dona Fátima Felgueiras) também. Tiveram importância na fundação da democracia.., pois tiveram!! Mas em matéria de desenvolvimento - não têm uma única ideia válida que se possa repetir em Portugal.
  • Mas persiste a questão nuclear: como é que Cavaco converge com o Governo naqueles dois casos pontuais que são, em rigor, um só? Por isso, não é o Quem governa (como defende o doutor Vital), mas Como se governa - que importa reter na actual formulação dos problemas de relacionamente inter-institucional entre S. Bento e Belém, entre PM e PR.
  • Acresce ainda o seguinte: já se disse das vantagens daqueles programas televisivos. Sabe-se quais são os poderes formais do PR: bomba atómica/dissolução (do governo e AR), fiscalização (preventiva e sucessiva da constitucionalidade junto do TC), chá às 5ª feiras com o PM onde lhe dá bolachas e pastelhinhos de nata ou lhe pucha as orelhas e reguadas e o mais que o povinho já está cansado de saber. Mas também aqui o sr. doutor Vital Moreira foi muito jurista e pouco ou nada politólogo.
  • Vejamos. É sabido que os poderes do PR estão fixados, mas muitas vezes o Poder transgride aberta e frontalmente as normas constitucionais para o qual está investido. Foi aquilo que o dr. Soares fez durante quase todo o seu 2º mandato, com ou sem a cumplicidade dos inúmeros "Vitais Moreira" que auxiliavam ou aconselhavam os ouvidos do então Príncipe de Belém. E isso, não obstante, esses inúmeros conselhos de cautela e de providência jurídico-política, não impediu Soares de fazer o que fez: instabilizar e instrumentalizar sistemáticamente as suas Presidencias Abertas, os seus Congressos de Portugal que Futuro, e demais intervenções sociais, publicadas ou não. Tudo para bloquear terreno à governação de Cavaco Silva.
  • De Belém vinha o que sempre veio do jornal Independente, então dirigido pelo Paulinho das feiras. Vinha puro veneno e intriga da grossa. Soares dum lado, e Portas do outro arrumaram o cavaquismo. E hoje - quer Soares quer P. Portas - nem se podem ver. Ora seria suposto, que fossem também aqui - aliados estratégicos. Mas a demissão (compulsiva) de Maria Barroso da CV - estragou tudo. Mais remotamente, os acidentes da Ponte sobre o Tejo fizeram o resto. O caso dos hemofílicos que "entalou" Leonor Beleza (malgré todo apoio pessoal de Soares) funcionaram como a estocada final, o estertor do cavaquismo. E assim era completamente impossível Cavaco Silva chegar a PR em 1996. Por isso, Cavaco perdeu para Sampaio que era o edil de Lisboa. E hoje Sampaio - sairá de Belém com uma ou duas notas impressivas desta última década: demitiu Santana Lopes - com a justificação (e bem) de degradação do regular funcionamento das instituições e mais qualquer outra coisa de que sinceramente não me recordo.
  • Mas dizia: cada personalidade (uma vez no sítio do Poder) interpreta as normas constitucionais na esfera da Presidência da República num sentido tal que, na verdade, as altera, ou então cria, à margem dos textos, práticas tendendo para costumes novos, fazendo assim o "funeral" às formalidades que o sr. doutor Vital Moreira se apega para demonstrar as virtualidades do direito que ele defende. Ora, na prática, o "Direito" vale zero, ou quase zero. Na prática, o dr. Soares pode jurar a "pés juntos" que com ele haverá estabilidade/governabilidade. E o que é que isso interessa ao País se, de facto, a nação precisar de um PR que seja mais activo, criativo (e até interventivo) e não tolere certos dislates ao governo? Nesse caso, impõe-se que os elevados interesses nacionais de Portugal impelem o PR para não ser excessivamente cordato, pois o binómio estabilidade/governabilidade - tão apregoado pelo doutor Vital Moreira no Prós & Contras da Fatinha (desta vez com "tourada" à mistura) - e jurado pelo leão Soares, - não são um fim em si, mas um instrumento para chegar a qualquer lado. E é esse "qualquer lado" que nem o doutor Vital nem o sr. dr. Soares disseram ao país.
  • E que é, simplesmente, mais crescimento, mais modernização social e mais desenvolvimento sustentado. É tão simples que se torna complicado dizer, sobretudo para juristas. Juristas que vivem no hermetismo das normas, são escravos dos comandos normativos que têm gosto em fazer e estatuir naquelas suas sebentas que não servem rigorosamente para nada e o mais. É incrível, volvidos 30 anos do 25 de Abril, como é que que ler, por exemplo - Marcello Caetano, se torna (ainda hoje), um exercício intelectual mais útil e profícuo do que ler aquelas sebentas de Coimbra, marxistas e marxisantes, redondas como o tempo e as basbas de Karl Marx. Ou vulgatas como um dia lhes chamou o grande Raymond Aron. Que, felizmente, não era jurista, mas cujo saber estava a milhas desses funcionários da norma que querem mostrar ao povo que a norma é dinâmica, mexe e a sociedade, os comportamentos e as expectaivas dos grupos sociais é que estão quietinhos, à espera de serem regulados por aquela ditadura da norma tão do gosto dos juristas de hermés....
  • Ora é tendo em conta a realidade social, económica e cultural do País, neste momento de profunda agonia, e não a realidade jurídico-formal aventada pelo eminente doutor Vital, que as funções presidenciais devem ser vistas, revistas e actualizadas. Na prática, releva o modo de saber como se apresenta a vida constitucional no País, como decorre das normas, mas o essencial da questão é saber, antes de mais, que rumos e estratégias de desenvolvimento podem influenciar essas linhas estratégicas para fazer face à mudança que agora responde pelo nome de globalização competitiva.
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  • E esse estudo, essa fixação de objectivos estratégicos para Portugal, pode beneficiar dos alicerces do Direito, e até da experiência do doutor Vital e mais os seus artigos no Público que ainda não li; podem beneficiar da História do Direito estudada nas faculdades que depois empurram as pessoas aos milhares para o desemprego; podem ser glozados pelo Direito Constitucional para embevecimento desses normativistas neomarxistas que evoluíram para um pensamento que não se sabe bem o que é. Mas será sempre a Ciência Política - a ciência directora, que faz a síntese que ontem naquele programa dos Pós & Contras não existiu.
  • Em matéria de sínteses - também sei, ou melhor sabemos, das qualidades do dr. Soares: generalista, confusionisma e mui escolástico para a actual premência do momento que Portugal exige. De facto, as qualidades pessoais do prof. Cavaco são, de longe, muito superiores, goste-se ou não dele; goste-se ou não da drª Ferreira Leite; goste-se ou não do dr. LOureiro a Dias que agora parece que é banqueiro do banco dos "figos" deste país (venerados por muitos) - que por terem tanto dinheiro têm de o meter em contentores, como faz um tal treinador empertigado de nome Mourinho - a quem acham o máximo...
  • Mas a crónica já vai longa, e nós não gostaríamos de ser como o dr. Soares (nem como, obviamente, o doutor Vital Moreira) - que quer ajustar contas com o passado (e repôr a sua mulher de novo à frente da Cruz Vermelha e mais uns acertos a que os verdadeiros interesses nacionais de Portugal é totalmente alheio (ou "alheiro"). Mas olhando para a substância da Política - confesso não tirar vantagem destas sensaborias: de promoção de Cavaco, ataque a Soares, e depois vira o disco e toca-o-mesmo.
  • Cai-se numa banalidade doentia e inquietante, e às tantas - como já não se tem argumentos - como faz abundantemente o doutor Vidal Moreira, recorre-se à teoria das forças do bloqueio e às conspirações para enaltecer Soares. Ora quem sabe de Política - constata que Soares nunca fez outra coisa na vida do que conspirar políticamente. Ora contra Gueterres, ora contra Sócrates - e depois quando realizou a ideia de que não os conseguia bater eleitoralmente - ou nos bastidores - entrava em coligações forçadas, num cinismo político ensurdecedor. E o doutor Vital Moreira ainda tem a "lata" política de dizer que desconhece isto?!; recorre a truqes de hermenêutica jurídica que o País real além de não entender está-se perfeitamente a marimbar. O que, na realidade, existiu - no decurso do 2º mandato de Soares - teve como fito antecipar a queda do cavaquismo e abrir as portas do poder ao PS de que - creio, o doutor V. Moreira é próximo. Ou é do PCP???... Nunca sei. Ao menos a sr. dona Zita Seabra confessou-se e com muita coragem lá renegou o seu passado ao lado do Cunhal - que um dia lhe disse que ela jamais seria alguém se abandonasse o partido comunista mais retrógrado da Europa - que é o "nosso". Nosso, salvo seja..
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  • E agora um momento de Alta Costura, perdão, de alta Cultura...
Bom, no fim da "patuscada" presidencial fiquei com uma sensação de vazio, mas que logo desapareceu com uma incursão ao grande Shakespeare. Que, em rigor, resume (ou pode) resumir tudo (ou quase tudo). O resultado do "quase" fica dependente dos votos dos portugueses nas próximas eleições presidenciais. Eu, mesmo de canadianas, e com os punhos partidos e já com problemas de visão e de audição, tencino votar. Votar bem. Votar no futuro. Votar no mal menor. Votar em Cavaco, under the circunstances... Mesmo que depois me arrependa e ao fim de uns meses achar que deveria ter votado no dr. Louçã.. Espero que prof. Cavaco nunca cometa actos que me obriguem a pensar assim. Senão lá teremos de denunciar aqui essa futura (e eventual) suposição...
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Importa agora recordar Shakespeare - mais do que não seja para percebermos todos, inclusivé, o douto Vital Moreira, quão pequeninos somos ainda a pensar... Muito pequeninos - num Portugal que também é dos "pequeninos" e que fica lá para as bandas de Coimbra.
Hamlet - Vês aquela nuvem que tem quase a forma de um camelo?
Polónio - Santo Deus, parece mesmo um camelo!
Hamlte - Acho que parece uma doninha.
Polónio - Tem o dorso de uma doninha.
Hamlet - Ou uma baleia?
Polónio - É mesmo uma baleia.
(Hamlet, III, 2)
  • E viva o Palácio Rosa, de preferência com muitos pastelhinhos de Belém
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PS: Em tempos o sr. doutor Vital Moreira achou este nosso blog muito interessante. Ou só "interessante".. Até nos deu "os parabéns". Admito que agora isso já não tenha qualquer importância, e também admito que hoje já pense doutra forma. Contudo, o que procuro sublinhar não são - obviamente - os seus gostos blogueiros, mas sim o facto de ele já conhecer o macroscopio - e pode responder contestando tudo isto numa só penada. Utilizando, para o efeito, toda a sua potência jurídica, intervalada com a sua excepcional inteligência normativa e ainda com o seu reconhecido talento hermenêutico que eu em tempos aprendi na Bíblia. Se não responder é porque não quer dar confiança a investigadores menores porque desconhecidos dos holofotes da Fátinha e da Praça pública, o que a mim só me honra; se responder é porque quer mostrar que já não é marxista, o que também já sabemos. Tal como, aliás, o dr. Soares já não é socialista, ou que o meteu na gaveta há décadas. Assim, o doutor V. Moreia está metido num "colete de forças" hermenêutico: ou responde numa penada e varre este simples blog; ou não responde e admite estas derivas todas. Se não fizer uma coisa nem outra - agradecemos na mesma, e nós teremos todo o gosto em reler Robert Dahl, o tal do gostinho especial que nos ensinou a pensar que a Política pouco ou nada tem a ver com o Direito. A Política é inescapável a cada um de nós, e inescapáveis são também as suas consequências. E ao Quem Governa? - também será útil corrigir a fórmula avançada pelo doutor Vital no Público (ao que julgo saber) ... Pois em contexto de globalização competitiva, que alterou a natureza das coisas, em todo o lado e em todo o tempo, e de forma irreversível, será, julgamos nós, bem mais útil perceber Como se Governa? É, pois, ao COMO e não ao QUEM - que importa responder. Mas terei de ler os artigos do doutor V. Moreira do Público (cujo jornal - mete cadeados nos artigos na internet, tanto mais que se trata de um jornal diário pertença do homem mais rico do País, o que não deixa de ser um paradoxo gritante deste nosso tempo) - a fim de compreender as verdadeiras dimensões da minha ignorância politológica, ou será só jurídica e histórica???