As pobres massas e o futebol: o ópio de sempre
Só um país politicamente perdido e impreparado, economicamente destruído e moralmente acabado se refugia na "bola", como fazem os portugueses. Estes procuram intervir nos mais altos, complexos e transcendentes problemas de finanças, economia, sociedade, ambiente, diplomacia, educação (que está sendo destruída), saúde (que está sendo desmantelada), mas só resta aos portugueses o último reduto: a bola.
É sobre ela que radica o nosso primeiro e último fado; é sobre ela que assentamos a nossa religião, convicção, esperança e o mais. Nada mais hoje as massas portugueses podem reclamar senão "irem todos para a cama" com o Cristiano Ronaldo, que se constituiu numa espécie de fuga e de libertação para todos e para cada um de nós.
Naturalmente, isto tem uma quota parte de mérito daquele capitão da selecção nacional, mas o grande demérito por não nos conseguirmos libertar e desenvolver - enquanto entidade colectiva, enquanto povo - remete para a mediocridade do escol dirigente que está hoje a destruir Portugal e aprisiona 10 milhões de homens e de mulheres.
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