terça-feira

O eufemismo de Roubini: ele queria dizer TRAGÉDIA



Roubini: “Portugal está a sofrer de fadiga da austeridade”

Nouriel Roubini
Nouriel Roubini, economista
D.R.
 
 
 

Em declarações aos jornalistas portugueses, à margem de uma conferência realizada no âmbito do Pan-European Days que decorre em Wall Street e que é organizado pela NYSE Euronext e pelo BESI, o economista acrescentou que “além disso, há que ver como evolui a Europa, ver se a Europa faz a sua parte, nomeadamente a Alemanha".
 
Mas Roubini arrancou o seu discurso na conferência afirmando que “os riscos na zona euro estão mais reduzidos do que há um ano”. O economista enumerou os motivos para esta melhoria: “o discurso do presidente do BCE e as OMT (programa de compra de dívida soberana), o arranque do ESM (Mecanismo Europeu de Estabilidade), a União Bancária, e o fim da possibilidade de saída da Grécia”.
 
O responsável salientou ainda a dualidade entre a Alemanha e os países periféricos, em que “há austeridade mas também apoio e recursos”, num modelo que “tem funcionado com os juros a recuarem apesar dessas economias estarem em recessão”. Quanto às más notícias, Roubini apontou vários problemas. “O potencial de crescimento, que está ameaçado devido à demografia e à falta de produtividade; e a recessão nos países periféricos, mas também nas grandes economias”.
 
E a recessão vai continuar? Na perspetiva do economista sim. “A austeridade orçamental, com os impostos a afetarem o consumo; um Euro demasiado alto face ao dólar, o que ajuda a Alemanha; um 'credit crunch', com bancos ainda pouco capitalizados; e um desemprego elevado”, apontam nesse sentido segundo Roubini. O responsável salientou ainda o facto de os rácios de dívida estarem a aumentar porque a austeridade é mais elevada, daí existirem sete países europeus com problemas de dívida, a que se junta uma competitividade externa com descida de salários que não se verifica em todos os países. “Isto tudo está por resolver. As OMT permitiram ganhar tempo mas não resolveram problemas. Por isso, as reformas estruturais também podem ser recursos além da austeridade, no sentido em que podem compensar”, defendeu Roubini.
 
 
Obs: Sugira-se a Roubini que passe umas semanas em Portugal para ver com os seus olhos como o burgo verdadeiramente funciona, que reformas tem em curso e a sua finalidade e impacto social, no tecido produtivo e na coesão social. De caminho, faculte-se também o programa do XIX Governo Constitucional ao economista "bruxo" cujas previsões têm antecipado algumas desgraças.
 
 

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