terça-feira

Promover turismo, capitalizar cultura

Promover turismo, capitalizar cultura
Uma iniciativa do GRUPO ILM com o apoio do Turismo de Portugal e IGESPAR.
O seminário destinado aos dirigentes das áreas do Turismo e Cultura do poder local e central, realizar-se-á no dia 3 de Dezembro de 2010, na Torre do Tombo, Lisboa, promete debater a importância da sustentabilidade do património cultural, do seu planeamento, estratégia e visão em função da experiência do visitante/turista enquanto factores críticos de sucesso ao seu desenvolvimento.
De todas as motivações que podem dar origem a um movimento turístico, deverá a cultura assumir-se como elemento diferenciador e catalisador base indo ao encontro das necessidades e perfil do turista do séc. XXI na sua busca por experiências autênticas e memoráveis?
A oportunidade reside em optimizar o património cultural nacional , recorrendo à sua recuperação e/ou operação sustentável com foco nas necessidades de experiências “edutainment/culturtainment” dos visitantes/turistas, sem comprometer a autenticidade e nobreza do património e da cultura.
Uma oportunidade que obriga a uma maior abertura entre turismo e cultura como forma de criar sinergias e uma simbiose sustentável com benefícios socioeconómicos para todos os stakeholders.
É um facto que o turismo cultural assume um papel cada vez mais relevante na industria turística actual. Além de representar todos os movimentos de pessoas motivadas pela arte, cultura, história, visita a monumentos e tours cientificas, representa também uma imersão na autenticidade do local que visitam, constituindo-se como um veiculo essencial na:
- Diferenciação e afirmação turística através da cada vez mais valorizada autenticidade que a cultura (actividades, pessoas, gastronomia, vinhos, hábitos e costumes) e história local podem conferir ao destino;
- Diversificação de mercados;
- Captação de um turista com maior poder de compra;
- Manutenção e regeneração do património histórico cultural e identidade local;
- Fomentação do dinamismo empresarial e empreendorismo;
- Projecção, nacional e internacional, da região;
- Competitividade regional.
- Gestão económica sustentável do património.
Um pouco por todo lado o património histórico-cultural tem vindo a ser desenvolvido e gerido de forma a promover verdadeiras experiências culturais – culturtainment. A forma como se contam a(s) história(s) dos objectos, os eventos, as personagens, o cuidado do design que serve de palco à exibição da herança cultural e a forma como se promove a interacção entre o visitante e este, proporcionam um contexto único e diferenciador de aprendizagem e lazer em que Portugal tem uma matéria prima riquíssima e potencial de desenvolvimento por descobrir.
De facto, a nível mundial a cultura já se tornou um importante factor soft de motivação da visita em qualquer destino, e um factor chave de competitividade e aumento da atractividade económica e social a nível regional e local. A economia das experiências, definida como a oferta de experiências que conjugam aprendizagem com entretenimento, deu origem a uma competição crescente entre activos culturais e outras infra-estruturas de lazer.
Turismo Cultural é portanto um excelente veículo para estimular a cooperação entre os diferentes agentes públicos (entidades do Turismo, do Património, dos Museus, Autarquias...) e privados (investidores, mecenas, fundações, hotelaria), promover o desenvolvimento sustentável atraindo mais turistas para uma região e consequentemente aumentar as receitas locais, gerar mais emprego e outras mais-valias sociais.
Devendo então a cultura ser usada como base à optimização da identidade regional e o marketing de destino ser a ferramenta de gestão de eleição, uma vez que promove a identificação de uma identidade única e distintiva através da analise do DNA cultural de um destino, ou seja de todos os recursos históricos, culturais, ambientais e sociais que caracterizam o destino e a sua autenticidade.
Obs: Uma boa notícia para o sector e para a economia nacional no seu conjunto, dado que o Turismo é um dos sectores mais importantes do país e que, apesar da crise, tem sabido resistir à quase-recessão que a economia europeia - e nacional - vivem. A esta luz, investir num estreitamento das relações entre o turismo e a cultura, revela-se uma estratégia inteligente, racional e necessária ao país.
Recordamos aqui que o turismo é uma acitividade muito peculiar, já que conjuga um conjunto de serviços prestados através de produtos tangíveis e intangíveis e envolve uma plêiade de agentes económicos, sociais e culturais com implicações muito vastas no tecido conjuntivo da sociedade.
Ora, é este conceito estratégico de "constelação" que pode e deve ser aprimorado e desenvolvido nesta troca de ideias, papers e experiências, e em que as Entidades Regionais de Turismo, de que, por exemplo, a E. R. Turismo Alentejo é das mais competitivas no plano nacional (e até já foi premiada por isso) - devem continuar a apostar - enquanto estratégia de desenvolvimento sustentável.
Essas entidades, e demais players, podem - e devem - ajudar a promover essa cultura estratégica para o Turismo em Portugal - gerando ainda mais inovação e riqueza no país - que hoje precisa de atrair mais e melhor Investimento Directo Estrangeiro/IDE para requalificar e modernizar o sector e alavancar a economia nacional.
PS: Já agora, felicite-se os organizadores do evento.

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