terça-feira

O tabu do jornalista Nuno rogeiro, somado ao de Sócrates e de Cavaco

Imagem picada no WHCG
Assistiu-se ontem, num programa da sic, a um mimetismo curioso: Nuno rogeiro, analista-comentador-politólogo-ensaista-pensador-estratega-filósofo a que em tempos Herman José designou de "lili rogeiro" por ser especialista em generalidades, como certas farmácias, a uma questão reformulada várias vezes ao PM, o entrevistado: quando é que este remodelava o governo.
Sócrates, porque essa é uma sua prerrogativa exclusiva, resolveu mandar o Nuno às malvas, e responder-lhe doutro modo, elogiando Amado e Santos Silva, pelo trabalho que ambos fizeram nos Negócios Estrangeiros e na Defesa.
Nuno amuou, como é seu apanágio, e, claro, abriu as penas do pavão que sempre foi, dentro e fora da academia.
Resultado: Sócrates reforçou o tabu.
A conclusão a que chego é a seguinte: em conjuntura de grandes dificuldades políticas, económicas, financeiras e sociais a manutenção do tabu ajuda a manter o poder, e nisto Sócrates parece andar a copiar os métodos políticos de Cavaco; os jornalistas, ou alguns deles que se consideram peças raras e de deluxe, como certos hotéis 27 estrelas, também amuam quando não vêem as suas questões respondidas, e assim se vai fazendo jornalismo político no burgo.
Ou seja, Cavaco e Sócrates estão cada vez mais parecidos em matéria de produção política, e, agora, constatamos também que certos jornalistas também desenvolvem o seu tabu processual em matéria jornalística - querendo ver satisfeitas questões que são da esfera íntima do poder, e que, como o Nuno bem sabe, para serem eficazes e eficientes, têm de ser mantidas em segredo até serem anunciadas.
Até parece que o Nuno não anda a ensinar intelligence quase desde que nasceu, e se assim é, o seu tabu e o seu jornalês ainda se afigura mais coxo do que os métodos cada vez mais simétricos de Belém e de S. Bento.
Dos três, venha o diabo e escolha...
Valeu-nos o Martim Cabral, sempre com mais nível e guardando sempre um maior distanciamento relativamente aos factos, às pessoas e até às instituições.

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