quinta-feira

Manuel Alegre: o fantasma do PS

Manuel Alegre é o actual fardo do PS e o "cancêr político" de Sócrates. Um problema do presente e do futuro. Enfim, uma metástase política...
Temos referido aqui que o poeta Manuel Alegre constitui mais um problema do que uma vantagem para o PS e para o seu líder sem, com isso, representar um activo para o país.
Na frente laboral, o poeta faz o jogo demo-populista do BE, de prometer legislação anti-económica que levaria os portugueses a um índice de maior pobreza ainda maior do que a que experimentam actualmente. Em matéria de PEC, que deixou a classe média insatisfeita, Sócrates também não tem em Alegre um aliado, antes pelo contrário.
Depois, sobrevém o factor Mário Soares que quer fazer o seu litost, vingando-se desta candidatura de Alegre, por lhe ter feito a vida negra nas anteriores presidenciais. Infelizmente, a política também é isto: um jogo trocado de invejas, de fúrias, de recalcamentos e, naturalmente, de vinganças. Estes indícios fazem o PS pensar que com o poeta Alegre em Belém nada do que o Governo aprovasse beneficiaria do beneplácito em Belém.
A esta luz, até seria preferível o PS engolir esse tremendo sapo que seria apoiar Cavaco a Belém, por paradoxal que pareça. Pouco importa aqui o que José Lello ou Vitalino Canas pensam ou recomendam, mas aquilo que o país real intui, e isso aconselha a que o PS escolha outro candidato para apadrinhar no caminho a Belém.
Diogo Freitas do Amaral, por ser competente, dividir o eleitorado de centro-direita de Cavaco e por ter um dimensão de estadista seria, a nosso ver, um dos melhores candidatos que o PS poderia apresentar para a corrida a Belém na actual conjuntura política. Além de que Freitas do Amaral já concorreu a Belém e perdeu por uma unha negra, em 1986, contra Mário Soares e foi recentemente MNE do 1º governo maioritário de Sócrates, pelo que não se colocariam problemas de posicionamento político.
Se Sócrates nada fizer, no curto prazo, fica com o problema nos braços e contagia o futuro imediato, pois Alegre será sempre uma factura atirada à cara do actual PM por ter apoiado um candidato perdedor a Belém, e caso ganhe, hipótese remota, fará a vida negra ao governo a partir da Junqueira, portanto o PS e Sócrates estão aprisionados na sua gaiola de ferro por não ter avançado já com outro nome mais credível para Belém. Assim, têm de suportar este peso morto que é o candidato presidencial do BE e de Anacleto Louçã chamado Manuel Alegre.
Desconhecemos se Sócrates não quer apoiar outro candidato a Belém por estar enfraquecido, mas este tempo perdido é já uma vantagem crescente para Cavaco que, mesmo sem se candidatar, já se posicionou na pole-position, federando toda a direita, do PSD de PPcoelho ao CDS de Portas, o homem dos submarinos, enquanto a função do poeta é semear pedras no caminho para o PS tropeçar e dividir a maioria dos portugueses relativamente à sua credibilidade política..

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