quarta-feira

A troika à liderança do PSD: Passos Coelho, Rangel e Aguiar-branco

Da esquerda para a direita vemos Pedro Passos Coelho (o basista do partido que já está no terreno há décadas), Aguiar-Branco (o advogado queque do Norte que elitisa o partido) e Paulo Rangel, o papa-eleições europeias que é, indiscutivelmente, o mais inteligente e culto do PSD que poderá estar em melhores condições de fazer a ruptura com estes últimos anos de inércia em que o PSD tem sido um partido decapitado pela mão de Ferreira leite, um apêndice de Belém.
Rangel fez um discurso de candidatura inteligente, estratégico e civilista, abrindo o partido à sociedade civil.
Passos Coelho é um taticista, mais aparelhista e o jovem mais idoso do partido, treinando a liderança desde a década de 90 do séc. XX. Não tem experiência governativa e domina deficientemente as questões económicas e financeiras. Já para não falar das questões de cultura em que até atribui obras inexistentes a Jean Paul Sartre - cuja obra Coelho também desconhece. Aliás, Coelho licenciou-se tarde e a más horas, não sendo, portanto, um bom exemplo para a juventude de que agora deseja o apoio.
Aguiar-Branco é um advogado na política, um actor sem rasgo, um institucionalista, gozando da notoriedade de ter sido ministro da Justiça do governo Durão Barroso. No Parlamento não se lhe conhece uma única ideia para o país, o que nos permite antever a falta de visão para o país caso viesse a conquistar a liderança do PSD.
De todos os candidatos aquele que representa maior perigo para Sócrates é, creio, Rangel, seja pelas suas qualidades pessoais (inteligente, rápido e culto), seja pelas suas qualidades políticas: combativo, domina fácilmente os dossiers, é um orador fluente e estruturado - características que nem Coelho nem Aguiar-Branco dispõem e são cruciais na dialética política.
Se, porventura, Sócrates fosse perguntado qual destes três candidatos temeria mais, provavelmente mentiria e diria que Aguiar-Branco seria o candidato mais experiente e temível, seguido de Passos Coelho e, por fim, Paulo Rangel.
Admitindo que para Sócrates a ordem de prioridade fosse esta, chegaríamos à conclusão contrária, já que, neste caso, o último seria o primeiro a rivalizar com o actual PM a luta pelo poder nas próximas eleições legislativas.