sexta-feira

O cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, defendeu hoje “uma profunda revolução cultural e civilizacional

O cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, defendeu hoje “uma profunda revolução cultural e civilizacional” para que a humanidade volte a encontrar a justiça e a paz. Público
“A humanidade está, como nunca, perante o desafio de renovação de civilização”, afirmou D. José Policarpo na sua homilia do Dia Mundial da Paz, proferida na paróquia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras.
O cardeal patriarca dirigiu as suas palavras para os “grandes problemas” que, numa época de globalização, “são comuns a toda a família humana, como o são, por exemplo, a salvaguarda do planeta Terra, a casa onde habitamos, a construção da paz, a vitória contra a violência, a promoção da justiça, de modo particular nos sistemas económico-financeiros e sociais”.
E, se os problemas são globais, também as soluções terão de o ser, considerou, referindo que a opinião pública portuguesa tem sido mobilizada na atenção a problemas específicos: “a crise económica, a violência crescente, a eficácia do sistema judicial, a corrupção, a luta contra a degradação do ambiente”.
D. José da Cruz Policarpo lembrou que estes problemas estão interligados, sendo causa-efeito uns dos outros.
“Administrar a justiça numa sociedade em que as pessoas e as instituições não procuram ser justas é tarefa árdua e complexa”, defendeu o dignitário da Igreja Católica.
Para o cardeal, a solução para todos estes “graves problemas da sociedade exige uma profunda revolução cultural e civilizacional”, devendo a tónica ser posta na educação, na família, na comunicação social, nas estruturas culturais, na formação para a liberdade.
“Espanta-me que se façam cimeiras sectoriais, sobre a preservação do ambiente, sobre a economia, sobre a crise financeira, e que ainda não se tivesse dado o mesmo relevo a cimeiras de aprofundamento civilizacional”, disse.
D. José Policarpo sublinhou ainda que “a Igreja é necessária às grandes causas da humanidade” e que, num quadro de globalização, o debate tem de passar por um diálogo entre civilizações, onde a Igreja Católica e as grandes religiões da humanidade têm um contributo a dar.
Obs: D. José Policarpo tem razão, por isso, promova-se um grande debate nacional na Fundação Caloust Gulbenkian - paga com o petróleo do MO - a fim de debater formas de aproximação e de convergência nas esferas da cultura e religião diferentes que hoje, mercê da globalização económica são obrigadas a coabitar, e, ao mesmo tempo, regular a relação com o Estado e a sociedade civil no seu conjunto no combate à pobreza - que só será efectivo mediante um Plano Nacional de combate à pobreza e à exclusão social em Portugal.
Pelo caminho o cardeal patriarca dá um "estalo de luva branca" ao governo que pode ser lida no parágrafo a azul.
Eis os pressupostos (abaixo) a que os Estados deverão obedecer para desencadear esse processo de combate à pobreza...
Já agora, felicite-se D. José Policarpo por já não fumar 3 maços de cigarros por dia, essa proeza ainda fará dele um sucessor de Pedro no Estado do Vaticano, num tempo a haver.
Veremos.
ANO EUROPEU DO COMBATE À POBREZA E À EXCLUSÃO SOCIAL (AECPES) Resolução do Conselho de Ministros n.º 56/2009, de 2 de Julho
Com o objectivo de reafirmar e reforçar o empenho político da UE, manifestado no início da Estratégia de Lisboa, no sentido de tomar medidas com impacte decisivo no que respeita à erradicação da pobreza, a Comissão Europeia, na sua Agenda Social 2005-2010, avançou com a designação do ano 2010 como o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social.
Neste sentido e expressando o forte empenhamento no combate à pobreza e à exclusão social, quer por parte da União Europeia, quer dos seus Estados membros, o Parlamento Europeu e o Conselho, através da Decisão n.º 1098/2008/CE, decidiram declarar 2010 como o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social e definir orientações gerais para esta comemoração.
Constituem-se como objectivos gerais do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (AECPES):
i) O reconhecimento dos direitos - reconhecer o direito fundamental das pessoas em situação de pobreza e exclusão social a viver com dignidade e a participar activamente na sociedade;
ii) A responsabilidade partilhada e participação - reforçar a apropriação pelo público das políticas e acções de inclusão social, sublinhando a responsabilidade colectiva e individual na luta contra a pobreza e a exclusão social, bem como a importância de promover e apoiar actividades voluntárias;
iii) A coesão - promover uma sociedade mais coesa através da sensibilização do público quanto aos benefícios para todos de uma sociedade onde a pobreza foi erradicada, a repartição justa é apoiada e ninguém marginalizado;
iv) O empenho e acções concretas - reiterar o forte empenho político da União Europeia e dos Estados membros em acções com um impacte decisivo na erradicação da pobreza e da exclusão social e promover esse empenho e essas acções em todos os níveis de governação.
Para a concretização do AECPES, foi solicitado a cada Estado membro que designasse uma entidade nacional de execução para organizar a sua participação no mesmo e assegurar a coordenação a nível nacional das actividades.
Neste enquadramento, e tendo em conta que os objectivos do AECPES estão em consonância com as linhas estruturantes da política governamental para a pobreza e exclusão social, entende o Governo nomear um coordenador nacional responsável pela definição do programa nacional cujas iniciativas a prosseguir deverão contribuir de forma eficaz para reconhecer o direito fundamental das pessoas em situação de pobreza e exclusão social a viver com dignidade e a participar activamente na sociedade.
Assim:
Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve: 1 - Designar como coordenador nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (AECPES) o presidente do conselho directivo do Instituto da Segurança Social, I. P. (ISS, I. P.), e, simultaneamente, representante de Portugal no Comité Consultivo para o Ano Europeu. (...)