Um Silva Lopes muito acumulável
José da Silva Lopes tem 77 anos e nasceu em Seiça, uma freguesia do concelho de Vila Nova de Ourém. Nos anos 60 e 70, em pleno Estado Novo, negociou as adesão de Portugal à EFTA. Mais tarde, esteve também envolvido nas negociações de adesão à então CEE. De 1975 a 1980 foi governador do Banco de Portugal.
Esteve à frente das Finanças várias vezes, tanto nos governos provisórios como nos constitucionais. Antes tinha sido secretário de Estado das Finanças com Adelino da Palma Carlos, no I Governo provisório. No meio de tanta actividade, ainda teve tempo para ser deputado entre 1985 e 1987. Mais recentemente, foi presidente do conselho de administração do Montepio Geral, cargo que ocupou de 2004 a 2008. Quando saiu do banco de toda a gente terá recebido qualquer coisa como 500 mil euros.
Pois bem. Este economista, que sempre navegou nas águas socialistas e que no meio desta crise financeira e económica veio defender a baixa dos salários, foi agora nomeado administrador da EDP Renováveis. António Mexia, presidente da EDP, ex-ministro das Obras Públicas de Santana Lopes e grande amigo de Manuel Pinho e José Sócrates, só pode ter feito esta escolha condoído com as reformas miseráveis de Silva Lopes. Haja Mexia.
Obs: O economista Silva Lopes é mesmo a pessoa mais indicada para dizer aos portugueses, sobretudo aos da classe média-baixa, que ganham muito e que, por isso, devem apertar ainda mais o cinto. Quando o próprio é um turbo-acumulável.
Ainda veremos Silva Lopes - condoído em desgraça pela fragilidade alheia - estar na fila da sopa dos pobres alí aos Anjos para revelar toda a sua solidariedade cristã. Quanto a António Mexia - poderia estender o seu gesto de solidariedade e convidar também o seu ex-consultor - Santana Lopes - o rebenta fusíveis da EDP, assim faria o bloco central na empresa, quiça passaria a fornecer ao País energia mais barata, apenas teria de baixar a conta da factura da electricidade - que continua a ser escandalosa.
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