segunda-feira

Breves comentários ao Notas Soltas de António Vitorino -

Com efeito, não é nada difícil subscrever os pontos de vista do analista António Vitorino que, como se tem visto e revisto, semana a semana, diz o que pensa, mesmo que isso colida com posturas surpreendentes de alguns membros do membro, no caso um bom ministo, como é Vieira Da Silva - que em lugar de se ater às quotas deveria era potenciar a inspecção geral do trabalho como forma de evitar injustiças aos imigrantes que cá vivem, trabalham e pagam impostos - cujos recursos o Estado depois aplica fazendo pontes, estradas, escolas e hospitais para benefício de todos os portugueses.
De resto, é fácil confirmar que os imigrantes, pelos baixos níveis da sua qualificação, não vêm "roubar" os empregos aos portugueses, isso é conversa de taxista e de café, eles aceitam desempenhar tarefas de baixa condição social que os portugueses liminarmente rejeitam.
De resto, e por extensão do que aqui é a nossa leitura do jogo político nacional, mormente em contexto eleitoral, também se compreende mal que o escolhido para coordenar as eleições do PS, seja um ministro com o perfil de V. da Silva (e logo naquela pasta!!). É até uma injustiça para um ministro competente, e, talvez, o ministro mais cotado do actual Governo em funções.
À mulher de César...
Daí a surpresa...
A pobreza em Setúbal, no Algarve ou no Norte do país tem de se combater com um mix de políticas sociais, que não dispensa a segurança usada em doses proporcionais às ameaças. Tudo isso deverá ser conjugado com políticas municipais, o que exige um planeamento urbano por parte das autarquias que, doravante, deve ser incrementado sob pena de o País se converter em bolsas de violência que a todo o momento podem explodir. Neste capítulo, as palavras do Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins, conhecido pela sua franqueza e frontalidade, devem ser meditadas e, se possível, engajar mais as forças da Igreja nessa luta integrada contra a exclusão social.
Acácio Catarino, ex-presidente da Cáritas, por exemplo, é um dos homens que em Portugal mais sabe desta área da economia social, por isso surpreende-me o facto de Vieira da Silva não estar já a beneficiar dos seus conhecimentos para combater a exclusão social em Portugal.
Relativamente à lei do financiamento aos partidos, António Vitorino expendeu opinião convergente à de António Costa, ou seja, o facto de haver menos justificação e mecanismos de controlo dos dinheiros recebidos por parte dos partidos - só pode vulnerabilizar a relação de confiança entre a sociedade e as máquinas partidárias, caldo de cultura que se agrava em períodos eleitorais.
Parece até que os agentes políticos, designadamente, os legisladores estão a convidar os eleitores (indirectamente) a não votarem, por via duma crescente abstenção, o que a acontecer só favorece os partidos anti-sistema da extrema esquerda em Portugal: o PCP e o BE - que, ainda por cima, se odeiam - por disputarem o mesmo eleitorado e por serem demasiado iguais.
Levando este argumento ao limite, Portugal teria um Governo formado por uma destas duas forças políticas, e, nesse caso, nem os imigrantes escapariam...
E por falar em imigrantes, alguém se lembra das declarações xenófobas e boçais de Al berto João Jardim a propósito do tema?!