segunda-feira

Sarkosy apoia-se na mola do Mediterrâneo para simular uma CEE no flanco sul. Precisa de O2

O Presidente francês Nicolas Sarkozy (ao centro), entre o líder egípcio Hosni Mubarak (esquerda) e o secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, na abertura dos trabalhos., Notícias rtp
O Presidente francês Nicolas Sarkozy (ao centro), entre o líder egípcio Hosni Mubarak (esquerda) e o secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, na abertura dos trabalhos
Os 43 chefes de Estado e de Governo da União Europeia e dos países terceiros mediterrânicos reunidos na capital francesa definiram por unanimidade um novo olhar da Europa para "o Flanco Sul" do Mediterrâneo.
A cimeira de lançamento da União para o Mediterrâneo é uma iniciativa da Presidência Francesa da União Europeia.
Com o objectivo de reforçar a cooperação regional e o estabelecimento de parcerias nas áreas da energia solar, protecção civil, transportes marítimos e despoluição do Mediterrâneo, a reunião decorreu em Paris sob a presidência dos presidentes francês e egípcio, Nicolas Sarkozy e Hosni Mubarak.
Para o Presidente francês a cimeira constituiu igualmente uma oportunidade para relançar a França no palco da diplomacia internacional, em particular no processo de paz do Médio Oriente.
Declaração final sublinha urgência de um caminho para a paz.
Na declaração final da reunião de Paris, os 43 Estados-membros da União comprometeram-se a construir "um caminho para a paz, democracia, prosperidade e compreensão humana, social e cultural".
No documento, são estabelecidos seis projectos regionais designados de "iniciativas-chave": despoluir o Mediterrâneo, construir auto-estradas marítimas e terrestres para melhorar as transacções comerciais entre as duas margens, reforçar a protecção civil, desenvolver uma universidade euro-mediterrânica, criar um plano solar mediterrânico e ajudar ao desenvolvimento de pequenas e médias empresas.
O encontro acaba assim por dar novo impulso ao Processo de Barcelona, iniciativa lançada pela UE em 1995 com o objectivo de criar uma zona de estabilidade, prosperidade e segurança em toda a região.
A União para o Mediterrâneo reúne os 27 países da União Europeia e Argélia, Egipto, Israel, Jordânia, Líbano, Marrocos, Mauritânia, Síria, Tunísia, Turquia, Albânia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Mónaco e Autoridade Palestiniana.
No futuro, a União deverá ter uma presidência partilhada entre a União Europeia e os países não-europeus. [...]
Obs: Por ser tão ambicioso, como acima se refere, é duvidoso que 1/3 daquele programa político, económico, social e ambiental se realize.
Depois as declarações redundantes do presidente da CE, Durão barroso - fazendo o paralelo com o take-of da CEE após a 2ª Guerra Mundial, de modo tão redundante que mais parecia estar a falar para caloiros de universidade no Corno d´África, faz-me sempre lembrar que, lá no seu íntimo, Barroso - tal como o seu ex-colega Garcia Pereira, ainda integram aquela comitiva presidencial que cabe num Mercedes antigo.
De resto, sempre que Durão aparece em público para passear o seu tremendo ego e referir que é novamente candidato ao lugar que ocupa - sem que daí resulte vantagens para a Europa ou um estatuto global que ele devesse já ter assumido na era global, a coisa evoca mais uma sucessão de takes dos filmes de Emir Kusturica que, se calhar, se inspirou nas campanhas eleitorais daqueles velhos candidatos do PCTP-MRPP da década de 70: Durão e Garcia.
Aquilo que diferencia ambos os comparsas, é que aquele cavalgou o cavalo do neoliberalismo que, como é sempre vencedor, está sempre do lado "certo" (ou melhor, conveniente) da(s) história(s).
Como diria um conhecido banqueiro nacional: estes, os banqueiros, tal como as meretrizes, devem estar sempre de mãos dadas com o poder...