terça-feira

Mortal [idade]...

... Há quem a julge a possibilidade de fazer mortais numa piscina. Mas a coisa assume outro significado, pois todos sabemos que somos mortais. Mas só de vez em quando, como referia Vergílio Ferreira, alguém invisível nos toca inesperadamente no ombro e nos alerta para a certeza da morte - que nos coloca sempre numa área do saber tão incómoda quanto mística. Revelando a nossa ignorância e mistério do ser. Ora, o equilíbrio entre esse mundinho finito que é a vida e o infinito presente no que está para além da morte (que nos empurra para infinitos possíveis) é que deverá determinar o nosso equilíbrio. É assim para alguns homens, mas para outros homens a coisa fica completa quando se tem o carrinho à porta, a casinha paga e as férias agendadas. Este balanço entre o real transacionável e verificável do "carrinho à porta" e o transreal incomensurável é que nos dá o saldo do que somos neste tempo contingente em que todos vivemos.
Mais uma dedicada a Vergílio Ferreira - que passou a vida a fazer contas com as contas que a Bertrand - tarde e mal - lhe pagava...