segunda-feira

Metodologia para não afundar...

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Quando no Verão há incêndios Portugal fica bloqueado, intransitável e irrespirável; o mesmo sucede quando, no Inverno, chove em abundância e num intervalo de tempo curto, como se os deuses estivessem zangados connosco. Não temos meio termo: ou ardemos na fogueira dos fogos postos, a que se somam os incêndios causados por mera incúria humana ou porque o coelho tem uma energia cinética que desencadeia um foco de calor ao seu movimento, ou submergimos de Inverno só para os deuses testarem a nossa capacidade de navegar à vista, e, assim, demonstramos a nossa fragilidade enquanto País, sociedade e povo.
Nem quero imaginar o que seria uma prendinha de Bin Laden pelo burgo, o pandemónio que seria, com o Portugal contemporâneo encerrado para balanço até reabrir com nova gerência. Há aqui um certo exagero, é certo, mas a caricatura cola a uma certa realidade que hoje, infelizmente, todos constatamos e revela ainda um Portugal de esgoto a atirar para a década de 60 (do séc. XX) deixando-nos a todos frustrados por, afinal, já terem decorridos 40 anos e, ao fim e ao cabo, ainda nos defrontarmos com os velhos problemas do passado que remetem para a qualidade dos equipamentos e sanemanetos básicos e a capacidade de drenar águas quando as chuvas se intensificam.
Esta realidade só vem reforçar a ideia segundo a qual temos, de facto, de dispôr desse tal Plano Estratégico para a capital, sendo que para o efeito ele deverá contemplar no seu diagnóstico as debilidades e as potencialidades, as oportunidades e as ameaças - por forma a reflectir eficientemente a definição dos objectivos, estratégias e acções em casos-limite de gestão de crises.
E aqui talvez não seja má ideia "copiar" o melhor do modelo aplicado pela Harvard Business School - depois adaptado a diversas experiências de planeamento estratégico nas cidades dos EUA e da Europa.
Mas no caso concreto de Lisboa, a cidade das sete colinas, essas transposições não podem ser realizadas do "pé-para-a-mão" - exige planeamento, ou seja, requer um mapa estratégico que diga, a cada momento, qual a forma mais eficiente de intervir em prol dos interesses da cidade e dos seus munícipes.
Nesse quadro, a reflexão estratégica, os estudos e planos urbanísticos, os estudos sectoriais e as reuniões informais e de debate entre as forças viva da cidade - devidamente enquadradas pela Protecção Civil, PSP, Bombeiros e demais serviços que trabalham em convergência de esforços - conjugam e aprofundam um conjunto de conhecimentos articulados entre si que consubstanciam o tal Plano Estratégico para Lisboa - que os executivos Santana & Carmona descuraram completamente, e que terá de ser, curiosamente, um Executivo com legitimidade intercalar (e a quem foi negado 100 dos 500 ME do empréstimo negociado) - a resolver mais essa componente a acção estratégica da vida da capital do País.