Let's talk about business
Obs: Nenhum país se pode dar ao luxo de secundarizar uma economia rica em hicarbonetos (já ia para dizer hidratos de carbono) como a economia venezuelana. Hugo, por seu turno, fez um pacto com Fidel para fazer vingar a revolução cubana na Europa, e, de caminho, envolveu na jogada Mário Soares que já não sabia como dar nas vistas após a humilhação que o seu amigo e companhon de route Manel Alegre lhe infligiu nas últimas presidenciais.
Portugal, por outro lado, precisa diversificar as suas fontes de energia dessa matéria-prima estratégica, e foi aí que Soares - que nutre o mesmo ódio à América de G.W. Bush que Chavez - viu o filão para se afirmar e renascer das cinzas da política portuguesa e voltar a dar cartas na cena internacional. Coisa que Eanes, por exemplo, jamais seria capaz... Socas gostou e chamou-o a S. Bento como quem recupera um jogador lesionado.
A Galp agradece, a economia nacional, a prazo, também verá frutos, e o pedido de desculpas terá de ser resolvido entre eles, os espanhóis e os venezuelanos. Mas não vinha mal ao mundo se Hugo ouvisse algumas sugestões de democracia pluralista, quem sabe perdia alguns daqueles tiques autoritários que fazem dele, intermitentemente, um carroceiro que visa provocar as hostes em ambiente diplomático. É caso para dizer, que quando o petróleo não lhe sobe à cabeça Hugo comporta-se sobriamente, quando o ouro negro dispara no seu termómetro cerebral o carroceiro avulta nele e o caldo entorna-se.
Seria preferível, confesso, assistir aquelas cenas em que Yeltsin, bêbado, apalpava o rabo às secretárias em público antes de se estampar nos palanques onde fazia uma perninha folclórica em contexto eleitoral. Ou então, como alternativa, visionar os tiques machistas de Il Cavalieri - Silvio Berlusconi - simulando possuir as mulheres-polícia na via pública.
Seja como for, Portugal deve fomentar toda a cooperação possível com a Venezuela, não apenas para acautelar os interesses da nossa comunidade local mas também porque a V. tem mulheres lindas, assim como as argentinas.
Perante isto deixo aqui uma questão ao dr. Mário Soares que ostenta um capital genético impressionante, pois parece nunca envelhecer (e ainda bem!!): quando é que abre uma delegação da sua Fundação na Venezuela?!
Ou então, como alternativa, abrir - at once - um guichet na sua Fundação - representando os interesses petrolíferos venezuelanos alí mesmo em frente ao Parlamento. Se isso representar uma baixa considerável nos combustíveis, eu aplaudo!!!
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A MÁQUINA DO PODER DO COMANDANTE CHÁVEZ - por Jorge Almeida Fernandes -
«1. Em Dezembro passado, e após oito anos de poder, o comandante Hugo Chávez foi triunfalmente reeleito Presidente da Venezuela, com 62,8 por cento dos votos (metade do corpo eleitoral). Foi o ponto de partida para uma nova concentração e personalização do poder.
Em Janeiro, o Parlamento, que ele controla a cem por cento graças ao boicote das legislativas de 2005 pela oposição, aprovou uma "Ley Habilitante" que lhe concede vastíssimos poderes legislativos. Chávez lançou a seguir um partido unitário, o Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV), destinado a disciplinar as suas "tropas", em nome do "socialismo do século XXI". A 15 de Agosto, apresentou um projecto de revisão da Constituição de 1999, que ele próprio fizera aprovar. O novo texto será referendado no dia 2 de Dezembro.
A mais vistosa inovação é a abertura do caminho a uma presidência vitalícia. Pelo texto de 1999, o Presidente apenas podia ser reeleito uma vez. Agora, o mandato pode ser renovado indefinidamente.
Uma segunda inovação é a possibilidade de o Presidente suspender as garantias em "circunstâncias que afectem gravemente a segurança nacional". As pessoas poderão ser detidas e mantidas presas sem controlo judicial. Também se prevê a censura prévia.
Há uma outra disposição interessante, a criação de um "poder moral", um sistema de poder popular, assente em milhares de conselhos comunais. É um poder acima dos outros, do legislativo ou judicial, porque emana directamente do povo, mas que será mediado e centralizado pela "comissão presidencial do poder comunal".
2. Chávez começou a construção da sua máquina de poder pessoal em três frentes. Primeiro, estabelecendo uma relação directa com o povo através da televisão. Seguiu-se a batalha pela conquista da empresa pública Petróleos de Venezuela (PDVSA), que não significa apenas a grande riqueza nacional mas o mais poderoso meio de fazer política - entretanto potenciado pela alta do preço do petróleo. A seguir, organizou as massas pobres das periferias, através dos programas sociais, as "missões", apoiadas por médicos cubanos e enquadradas por jovens venezuelanos formados em Cuba, dispositivo que completa a sua política assistencialista e constitui um poderoso meio de mobilização política.
Após a prova de força com a oposição, durante a greve petrolífera de 2002-2003, Chávez liquidou o que restava da separação dos poderes. O sistema judicial foi submetido ao Presidente. O boicote da oposição em 2005 permitiu-lhe anular o poder legislativo.
Intensifica-se agora a "militarização" da sociedade. Primeiro, através da crescente participação dos militares em cargos políticos e económicos. Segundo, através de milícias ideológicas armadas ou da mobilização de 100 mil reservistas, fora da cadeia de comando militar e directamente submetidos ao Presidente.
O modelo de Chávez é um autoritarismo plebiscitário mas não é totalitário. Submete--se a eleições. Não suprimiu os partidos de oposição, criou antes um partido hegemónico, de massas e apoiado em milícias. Fechou uma televisão (RCTV), mas não a Globovisión. Em lugar de encerrar os jornais da oposição, está a criar uma poderosa rede de meios de comunicação. Muitas vezes comprando os títulos. Não expropria a propriedade privada. Antes convida a frágil burguesia a entrar no barco. Chamam-lhe "o porta-aviões": quem quiser levantar voo deve entrar nele.
3. Chávez é popular na Venezuela e na América Latina, casando a arma do petróleo com uma retórica guerreira, centrada no antiamericanismo. Mas é vulnerável. Ele colocou os pobres no centro da política. Mas a mera redistribuição sem uma estratégia de desenvolvimento é uma ameaça a prazo, mesmo para a própria produção de petróleo, onde os investimentos são insuficientes.
A Venezuela é uma sociedade polarizada. Chávez tem hoje o apoio da maioria da população e a hostilidade da restante. Quando tiver menos meios financeiros para satisfazer as expectativas da sua base, tornar-se-á menos popular, a conflitualidade político-social tenderá a subir e será mais difícil ganhar eleições.
Neste quadro, a revisão constitucional tem muito mais a ver com poder do que com ideologia: começar a prevenir os riscos do futuro. É uma tentativa de blindar o regime e o poder pessoal. Chávez sempre foi um estratego - reconhecem os próprios adversários.» (Público assin.)
Obs: Uma eficiente sistematização que baliza a acção política deste petroleiro sul-americano disfarçado de democrata - por - Jorge Almeida Fernandes.
Assim, talvez a revolução cubana vingue na Europa, petróleo & gás oblige... Castro já pode morrer descansado, afogado em hidrocarbonetos!!!
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