sexta-feira

Portugal está a mudar: vinho, gramática e areia..

Três rostos conhecidos dos portugueses: Joe Berardo, Edite Estrela e Mário Lino. Um é empresário bem sucedido e vai fazendo política à sombra do seu imenso património financeiro e cultural; Edite Estrela é eurodeputada socialista, mestre em Comunicação e portadora dum domínio da língua de Camões capaz de engasgar qualquer nobel português radicado em Espanha; e o outro é, pura e simplesmente, um lançador de areia (com barro à mistura, para ver se pega..) para os olhos retinosos dos portugueses, a tal ponto de ter sido considerado o "pai espiritual do deserto" - assim como Carvalho Rodrigues na década de 90 foi considerado o pai do 1º satélite português. Deve ter sido para expiar o g.w. Bush no WC e o Putin a envenenar os jornalistas mais corajosos, mas está bem..
Estes três rostos vão mudar Portugal: Joe vai produzir e exportar mais e melhor vinho; Edite tem um projecto de reforma para rever a nossa língua e acertá-la com a espanhola e a brasileira, talvez assim eles nos entendam melhor e a economia floresça; e Mário Lino, com a novel descoberta que fez, vai passar a exportar areia para os PALOPs a fim de dinamizar aí o sector das Obras públicas e construção civil por forma a alavancar a economia lusófona e fomentar o emprego nas ex-colónias do Império.
Depois não digam que o Portugal contemporâneo está parado.. Com o vinho de Joe Berardo, as letras de Edite e a areia de Lino Portugal está mesmo a meio caminho duma valente bebedeira ensopada em sérios problemas de comunicação motivados por tanta areia na engrenagem.
Com sorte ainda espetam com o novel aeroporto no aeródromo de Tires ou, em alternativa, num espaço de aeromodelismo bem perto de si..
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Joao Gilberto e Caetano Veloso - Garota de Ipanema
Poema: Vinicius de Moraes
Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela, a menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar...
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado
É mais que um poema
É a coisa mais linda
Que eu já vi passar...
Ah, porque estou tão sozinho?
Ah, porque tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha...
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo sorrindo
Se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor...