sexta-feira

Os veradores do PSD renunciam, mas Carmona ensaia nos bastidores uma jogada de mestre: faz Morphing político

Os veradores do PSD acabam de renunciar aos seus mandatos, entretanto Carmona, na linha do que disse ontem - eu fico - e como se trata dum independente que quer provar que é impoluto e sério, está nos bastidores a envidar todos os esforços para formar nova equipa com os vereadores suplentes que estão integrados nas respectivas listas e que, por direito, substituem automáticamente os veradores agora cessantes. Na prática, estão todos feitos e essa cumplicidade percebeu-se nos olhinhos da Sr.ª Marina Ferreira - que até é uma mulher interessante.
No plano político isto revela coragem e determinação de Carmona, ainda que não conduza a resultados palpáveis. Por outro lado, Carmona sente-se ofendido na sua honra e tenta, desta forma, respirar e mostrar à cidade que é um homem de bem e não um corrupto feito nas escolas do PsD, o que é igualmente louvável, mas suspeito que também não leve a bom porto. A política, feliz ou infelizmente, não se alimenta só de valores e princípios, nutre-se também da gordura dos factos, e estes são o que são.
E por uma razão simples: Carmona pactuou com essas corruptelas deste Psd durante dois anos, e durante esse tempo jogou o jogo da mala do António Preto e do MMendes, hoje só muito excepcionalmente (para não dizer milagrosamente) conseguiria recontruir a sua verdadeira identidade de molde a oferecer à cidade uma outra imagem.
Ou seja, Carmona recorre ao morphing político que é uma técnica de criação de imagens (via PC ou humana) a fim de permitir que uma imagem projectada na tela da política se transforme noutra mais favorável, à vista da cidade de Lisboa. Se possível, fazendo com que os lisboetas esqueçam rapidamente a sucessão de imagens negativas do passado e adiram à nova identidade de Carmona.
Mal comparado, era como se Carmona fosse ao barbeiro e se fizesse acompanhar da fotografia do George Clooney - e dissesse ao barbeiro: olhe, eu quero ficar assim...
A ideia é boa, mas há aqui um problema maior: Carmona não tem, nunca teve vocação política, é um ilustre desconhecido que arrivou à política da pior forma forma: pela mão de Slopes, também não dispõe de tempo e nunca teve equipa para o efeito. Hoje, esse morphing não passará do recurso a um expediente desesperado numa cidade com uma narrativa e uma cartografia também desesperada.
Aliás, Portugal está desesperado...
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Metafóricamente: MMendes amputou as pernas dianteiras a Carmona, coarctando a legitimidade dos seus actuais (e cessantes vereadores), veremos agora o que Carmona consegue fazer com os vereadores suplentes que integram as listas. Em suma, Carmona dispõe ainda de duas pernas e uma tromba para revelar a Lisboa quem é. E essa identidade terá de ser o mais apartada possível dos seus dois padrinhos-políticos: SLOpes e MMendes. Dois ex-amigos que hoje não se podem ver.. É isto que a merdinha da política faz às pessoas: afasta-as. E em prol de quê? Da cidade de Lisboa... Tamanha ilusão!!!

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