sexta-feira

Orhan Pamuk - um nobel por mérito. Um escritor corajoso

Em boa hora a Mixikó chama a atenção deste romance sobre as identidades do Oriente e do Ocidente e a forma como concebem essa sinuosa relação, hoje fonte de conflitos entre esses dois mundos e de que o terrorismo transnacional tem sido a pior das consequências para as sociedade e o sistema internacional. Mas uma das coisas que aqui sublinho na qualidade desse autor, de que só conheço uma ínfima parte, é o seu recurso a Lewis Carroll para arrancar os seus capítulos. E num desses captítulos, uma vez tratar-se de identidades, Pamuk socorre-se deste autor para dizer:

Creio lembrar-me de me ter sentido um pouco diferente, mas se não sou a mesma, a questão que se põe é a seguinte: quem diabo posso eu ser?