O psicodrama político nacional e a Uni-conection
Foto Macroscópio
A responsabilidade do analista não pode ser adivinhar o futuro, mas deve ser a selecção de alguns factos utilizáveis na produção de interpretações de futuros possíveis. Por isso, não é de estranhar que quando o analista identifica o campo de futuros possíveis, tem de recorrer à ironia retrospectiva, ao olharmos para o que pode ser o futuro somos obrigados a ver o passado no “espelho retrovisor” da história, embora num prisma novo. Deste psicodrama (de J. Moreno, explorando a verdade por dramatismos) consta uma pentarquia de factores: 1) um actor/paciente (o engº Sócrates); 2) a cena (crise política nacional e a encandaleira da Uni); 3) os directores da campanha (a oposição na sombra e alguma mediacracia (especialmente Público, Expresso e Sic de Balsemão/MMendes); 4) o corpo de auxiliares (ministros-figurantes e assessores incompetentes); 5) e o público que paga com impostos esta miserável sociedade do espectáculo (Guy Débord). É isto que se tem passado em Portugal nos últimos 20 dias. Para gaúdio dos países do Corno d' África que assim se sentem menos diminuídos comparando-se com Portugal. Ontem Sócrates, bem ou mal, mas mais bem que mal, lá explicitou algumas sombras acerca das condições em que se transferiu e se licenciou, como se algum crime impendesse sobre ele ou dessa condição resultassem mais eficientes índices de governabilidade para Portugal. Tamanha ilusão!! Saber se era engenheiro em 1991 ou só meio engenheiro, saber se se transferiu do Isel para a Uni - sendo questões importantes não eram assuntos determinantes para a vida colectiva do País, nem mereciam esta mobilização de esforços, de notícias, de tempos de antena, de campanhas soezes, de juízos de intenção, de assassínios de carácter e o mais que foram dirigidas ao PM por aquela oposição e por aquela mediacracia vigente que está, óbviamente, interessada de remover Sócrates do poder o quanto antes e colocar no seu lugar "o ganda nóia" que todos os domingos lá tem as ajudinhas selectivas de Marcelo, o prestidigitador. Com ou sem a mão ínvisível de Belmiro/Sonae/Público, com ou sem a mão enrugada de Bolsanamão/expresso/sic, como ou sem a verdadeira mão invisível de Adam Smith - a mim parece-me óbvio que este extraordinário empolamento se deve a uma motivação mesquinha e vingativa: power, only power.
Explico porquê como quem fala ao povo e lembra histórias às crianças:
1. O que pensará Belmiro senão em destruir aquele que - directa ou indirectamente - obstou à realização do negócio da sua vida? Será isto uma teoria da conspiração? De todo. Só o é para os seus operários que dizem banalidades na sic, como é o caso de lobo xavier, um serventuário fiscal da Sonae que há anos vende uma imagem de grande institucionalista e conservador do cds respeitável, o mesmo que partido fascista de Adriano, Portas e... que ainda vive na nostálgia do Império. Um partido vedadeiramente dispensável à democracia em Portugal;
2. O que pensará balsemão senão substituir Sócas por MMendes para ter em S. Bento um amigo da sic, do expresso e das grandes negociatas com a mediacracia de Carna-sic? Com a rtp privatizada estaria aberto o caminho à sic para galgar terreno que hoje lhe falta para expandir negócios e comer fatias do share da receita Pub. que a rtp ainda tem protegida pelo falcão-Estado;
3. Pacheco Pereira continua o velho maoista mercenário intelectual que põe ao serviço de MMendes o seu equipamento ideológico, histórico para ajudar na causa de Mendes ao poder, pois ele sabe que se nada fizer fica órfão de partido, pois até nem já o "seu" (não é o "seu" do PM..., é seu-dele..) PsD tolera PPereira, e este faz o trabalho do mal menor pelos media por onde se passeia; O seu abrupto continua a ser aquilo que sempre foi: uma antecâmara de uma loja funerária, uma coisa assustadora e melancólica que vive apenas porque parasita o efeito-fama-notoriedade do seu autor, doutro modo nem 18 visitas/dia teria - que é a média dos blogues com contador escondido que pra aí há;
4. O cds/pp não conta - porque Ribeiro e Castro nunca contou, e PPortas que o está a substituir suicidou-se políticamente no outro dia no congresso de Óbitos, de modo que existindo fisicamente jamais existe políticamente. É outro nado-morto, e com Ribeiro e Castro fazem um par-mórbido no Largo do Caldas, pior ainda que o átrio virtual do abrupto do Pacheco.
5. O que pensará MMendes ao ver Socas on tv? senão dizer para os seus botões, como se se tratasse dum puto de 6 anos fazendo birra perante a mãe: eu quero, eu quero, eu quero, eu quero aquele chocolate, ou seja, eu quero aquele poder, eu quero a cadeira de S. Bento. Mendes será sempre um projecto político, nem o seu PsD, nem este PS alguma vez o deixarão ir além dessa fase de gestação - que até pode nascer de 5 meses, como parece. E parece, à luz daquele comunicado miserável, que fez ontem após a entrevista de Socas na rtp, parecia até que Mendes não tinha saído das traseiras da velhinha 5 de Outubro para apanhar os papéis que o contínuo de serviço lhe mandava pela janela da cave em função do qual estruturou o seu oportunista e cínico discurso de candidatura à cadeira de S. Bento.
6. O que pensará o povo portuguÊs de tudo isto? A avaliar pelas reportagens azaradas da Sic de balsemão - pensam apenas no jornal a Bola, no futebol dos mafiosos dos donos da bola e em saber sob quem irá ficar a guarda da tal criancinha objecto de disputa de vários pais neste Portugal mórbido.
Ou seja, diante tudo isto o povo continua alienado (com o futebol, as celebridades, a crise e a lentidão da justiça, dos salários, o desemprego, a falta de investimento, a economia que não arranca, etc). Mas quem fornece o carburante para o drama arder não são os desgraçados dos alunos da Uni (únicas verdadeiras vítimas no meio de tudo isto), mas a mediacracia e a tal oposição que anda a apanhar os papéis do caixote do lixo nas traseiras da velhinha RTP na 5 de Outubro. Será isto teoria da conspiração?! Só na cabecinha pérfida e maoista de PPereira. Se fujão barroso ainda fosse PM também seria responsável, mas como de Bruxelas ainda manda bitaites pela mala-diplomática para a S. Caetano à Lapa - é igualmente coorespondável.
Eis os elementos deste psicodrama lamentável à portuguesa e que permite, porventura, a catarse política, possibilitando ao actor/paciente libertar-se dos seus fantasmas e demónios íntimos e à oposição e aos media esfolar o cordeiro vivo (leia-se, Sócrates).
Infelizmente, este método do psicodrama também tem sido aplicado (com menor intensidade) a colégios, autarquias, clubes de futebol, boîtes e outros estabelecimentos comerciais com o objectivo de descobrir líderes. E que líderes. P. Portas é um sonâmbulo cujo êxito resulta da sua cegueira; se pudesse ver, enlouqueceria acabando por cegar o País – que (ainda) não é uma coutada.. E de MMendes o que há a dizer? Se calhar o mesmo que de Balsemão e de Belmiro juntos...
Conclusão:
Estamos cercados, Portugal está cercado. Por incrível que pareça, e nas actuais condições sociopolíticas, Sócrates, por curioso que pareça, ainda é a única pessoa (apesar de se ter votado em Salazar na rúbrica dos Grandes Portugueses de dona Mª Eliza, esposa de Dom Pinto da Costa) capaz de dinamizar e liderar Portugal.
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