quarta-feira

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Socialistas pedem reflexão sobre o aeroporto na Ota
direitos reservados (JN)
Projecto do novo aeroporto enfrenta uma onda de contestação que se estende ao próprio PS
Alexandra Marques e David Dinis As dúvidas sobre a localização do futuro aeroporto de Lisboa na Ota alargam-se já a algumas das mais influentes personalidades do Partido Socialista.
Na segunda-feira à noite, foi a vez de António Vitorino se juntar ao coro dos que manifestam reservas e aconselham ao Governo maior prudência na decisão "A necessidade do novo aeroporto é uma coisa. Questão diferente é escolher a Ota como local. [Depois do relatório da NAV] o Governo terá que vir esclarecer", defendeu o coordenador das "Novas Fronteiras" socialistas na RTP. Ainda mais claro, Vitorino rematou: "Se me perguntar se me atiro à Ota de peito aberto, vou devagar e quero ver a resposta."
No mesmo dia, o deputado Vítor Ramalho dizia quase o mesmo "Assisti a dois ou três debates na televisão, o que é insuficiente. Devia explicar-se aos militantes porquê a Ota" e não outros locais na margem sul.
Se Ramalho pode ser suspeito (foi eleito por Setúbal), á Jorge Coelho, ex-ministro das Obras Públicas, ex-número dois de Sócrates, questionou no sábado, no "Correio da Manhã". "O país devia parar um pouco e, com seriedade, questionar isto é importante ou não é?". Coelho, que ainda assim considera a Ota "o menos mau" dos locais, dizia isto na véspera de se conhecer o estudo da NAV que coloca várias reservas à construção do aeroporto precisamente na Ota.
Há, ainda, outros socialistas, mesmo no núcleo duro de José Sócrates, que, apurou o JN, são frontalmente contra a localização do aeroporto na Ota e já o comunicaram ao primeiro-ministro. Em oposição firme mantém-se João Soares, que continua a dizer que a Ota é "um disparate". Em 2001, o então autarca de Lisboa acrescentava à expressão um cáustico "colossal". Já Elisa Ferreira, ex-ministra e hoje eurodeputada, dizia no semanário "Sol" ter "muitas dúvidas" sobre a Ota, por não ter sido demonstrada "a rentabilidade" da obra. "É importante o cidadão saber quanto é que vai ter de pagar", concluía. [...]