O cinismo político na Câmara Municipal de Lisboa
Não há alí anjos na má interpretação de Adam Smith... A busca dos interesses de Marques Mendes, Carmona & Compª corresponde à ruína dos interesses dos munícipes
A acção política é, por vezes, como as palavras: não passa duma meretriz que faz jeitos ao cliente mais abonado. E a situação na autarquia é já tão escabrosa quanto execrável. É-o em todas as latitudes políticas, quiça com excepção do BE que fala verdade, talvez por saber antecipadamente que nunca será Poder, salvo como vereador.
Lisboa é hoje o palco dum experimentalismo político abjecto, dum cinismo atroz, até pela forma como o PS e PCP estão a deixar apodrecer a situação ao não quererem enfrentar os factos de frente e lidar com a realidade. Digo dum cinismo porque inicialmente se poderia pensar que as novas equipas políticas trazem um novo élan à acção política, poderão surpreender os problemas e resolvê-los com mais coragem, determinação e eficiência a bem do interesse colectivo.
Sucede, porém, que a elevada sinistralidade política na Kapital faz-nos pensar que áquele élan e vontade iniciais se somam uma acção negativa, interesseira ditada pelo simples facto daqueles actores menores - Carmona & compª, estarem alapados ao poder, indiferentes à sensibilidade dos munícipes lisboetas que neles confiaram. Mal, mas confiaram...
Daí o cinismo atroz a que Lisboa foi votada. Até parece que esta gente age como age porque andou a ler os postulados da mão invisível do velho Adam Smith - que defendia que a perseguição dos interesses próprios de cada indivíduo, somada a todos eles, conduz à melhoria global da sociedade. Ora, se hoje fizermos essa simples aritmética e somarmos os interesses de Carmona + Fontão + dona Gabriela + uns quantos idiotas e parasitas da confiança do Antonho Preto que tomaram de assalto a Câmara de Lisboa fácilmente concluímos pelo desastre e o caos que arribou à Capital. Carmona no poder em Lisboa foi um péssimo negócio para a cidade (até para os lojistas) e o País e um excelente negócio para um bando de actores menores que têm uma visão oportunísitica da políticaa, com ela procuram ilicitamente enriquecer e só estão a esburacar ainda mais as ruas e avenidas da Capital por cada dia a mais que estão na autarquia. Foi, portanto, uma má interpretação de Adam Smith...
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