terça-feira

Governar em ditadura ou em democracia: o caso Durão Barroso, again...

A MENTIRA NA POLÍTICA: NA BAIXA E NA ALTA, NA NACIONAL E NA INTERNACIONAL
Casos há em que são as circunstâncias que fazem os heróis e acabam por promover os homens políticos. O caso de W. Churchil em 1940 ou o Gen. De Gaulle e Konrad Adenauer mais tarde, ou mesmo Margaret Thatcher na década de 80. Todos eles tiveram em comum grandes meios, severidade nos propósitos e, essencialmente, um grande projecto, uma causa. É nestas circunstâncias que o ar se torna mais respirável para os respectivos povos e as circunstâncias dignificam os políticos, apesar do carácter que eles possam ter.
No post infra (O QUARTETO DA DESGRAÇA) vimos como Durão Barroso foi seleccionado para presidente da Comissão Europeia, uma solução cozinhada durante meses só para chefes de governo ou ex-PM já na reforma. A solução de democrático nada tem.
Isto reforça a nossa convicção de que, de facto, Durão Barroso foi um fraude política: primeiro enquanto governante em Portugal, depois como mordomo-mor na Europa, paralisando-a. Governando em democracia ou em ditadura qual seria a diferença, no caso de Barroso? Esta questão pode colocar-se legitimamente nos nossos dias, dado a manipulação que os políticos fazem da forma como conquistam o poder e o conservam na sua posse, sejam quais forem os meios ou as circunstâncias. Tudo isto remete-nos para a questão crucial patente em Durão Barroso: a mentira na política.
Ou seja, já notámos que o recurso a que os políticos fazem dela, e Durão em particular, revela bem que nenhuma diferença práticamente existe entre governar em ditadura e em democracia, salvo a questão da eficácia. Isto significa que a mentira, como constatamos com a ascenção meteórica de Durão a presidente da Comissão Europeia (enquanto cínica e hipocritamente dizia estar a apoiar António Vitorino, melhor preparado) a mentira é ainda mais eficaz em democracia porque permite captar os votos de um maior número de pessoas, ao passo que numa ditadura basta impor-se pela força e dominar em lugar de convencer.
Durão barroso convenceu sim, mas com base na MENTIRA. A MENTIRA NA POLÍTICA - provando, pela sua própria experiência que a ambição de quem não tem capacidade é um crime, segundo Chateaubriand.
Durão barroso é um pequeno político que anda mascarado há muito tempo, quando lhe cair a máscara e as pessoas se aperceberem verdadeiramente das suas motivações são capazes de mudar de ideias relativamente a este player menor do espaço público contemporâneo que, confessemos, apenas tem uma coisa em excesso que o torna ainda mais ridículo: a pose de Estado e os trejeitos queixais...
  • PS: dedicamos este post a todos os políticos que para subir na vida mentem activa e descaradamente, com a esperança de que assim mintam menos visto que já todos sabem os seus métodos e conhecem os seus procedimentos. Este post, por maioria de razão, só poderia ser uma oferenda especial para o actual mormo-mor da Comissão Europeia, o sr. Durão barroso.