terça-feira

Lisboa = Buraco

Imaginei-me um E.T. que de súbito aterrou em Lisboa depois de ter visto o debate sobre a Capital no prós & contras e conclui pelo seguinte:
1. Carmona (partido do MMendes, "o danoninho" do psd, também conhecido pelo fraldário da Lapa) - é um eléctrico sem campainha, sem calços de travões, sem volante, sem janelas, já nem o amarelo conserva do esturricanço do sol. Do alto daquela testa não brotam ideias, projectos ou visões, só alucinações, buracos e um tremendo défice agravado com a corrupção, nepotismo e irregularidades. É, pois, um perigo para os munícipes lisboetas e os portugueses em geral. Aconselha-se rápido estaleiro e imobilismo total..
2. Mª Carrilho/PS - foi aconselhado ao sorriso-pespsodente para agradar, conseguiu. Esteve bem quando pegou nas rúbricas do orçamento e as confrontou com o "inginheiro" - que não pôde e não soube responder a nada. Por momentos, pensei que camona era da estiva e estava alí por engano. Momentos que não me largarem do início ao fim do programa. Falha minha, certamente... Ele que seja um pouco mais consistente porque daqui por uns tempos a autarquia pode ser ganha por si, pois com aquela oposição também não é difícil. Aproveito para perguntar a Carrilho quando é que começa a ler bons filósofos e a escrever boa filosofia... Já é tempo, afinal, ele até já é catedrático.
3. Ruben Carvalho é do pcp, ainda fala à Cunhal (nã hã, nã hã), parece um "cherne" - cognome de durão estampado pela esposa num momento de hiper-criatividade semântica (podia chamar-lhe, boga, carapau ou polvo...) - e poderia fazer um bom lugar como conservador do Mosteiro dos Jerónimos ou até no papel de limpeza do arco da rua Augusta. Ele que pense nisso..., sempre poderia abater os kilos de sebo que tem a mais no caxasso (também conhecido como pescoceira). Uma perguntinha ao homem da propaganda, i.é, ao António Ferro do pcp: saberá, porventura, quem eram os terroristas e energúmenos sul-americanos que acamparam na última Festa do Avante??
4. Sá Fernandes/BE é um idealista que sonha com a ausência de prédios e um dia destes - para concretizar esse seu sonho, ainda vem dormir para a rua. Detesta a poluição visual porque gosta de ver Almada e o Cristo-Rei - deste lado do rio Tejo, mas passou o programa a fazer poluição sonora com a sua comparsa do lado, pareciam duas calhandreiras na Praça da Figueira a combinar preços a 2 m. dos clientes... Daria um bom plantador de palmeiras no Parque Eduardo VII - que iluminadas à noite estragaria muito a vida aos homosexuais que alí atracam de Jaguar e com perucas à Catherine de Neuve... Alguns desses gays não assumidos fazem hoje oposição ao governo socialista a partir da sic e são pagos à peça por bolsa-na-mão.
5. Resta um resto sociológico, um feto-político que nada no lodo deste pântanoso psd. Zézinha Avillez do Campo Grande - julga-se a inventora do eixo e da roda, do fogo e da água e, afinal, fez a pior figura, v.q, fez cair uma aliança e depois, hipócrita e cínicamente, como é apanágio duma certa direita fascizóide, aprovou o orçamento autárquico. Um acto incoerente que revela cobardia política e ambição de poleiro, embora dissimulada de muita obra social na Baixa-Chiado. Quem não a conheça... Ainda acaba a vender peúgas e ceroulas na Loja das Meias na Baixa. Oxalá, não apanhe o sampaio ou o Cavaco pela fente, senão não hesitará em enganá-los... E vende-lhes o financiamento do seu novo-velho projecto pelo preço da ponte Vasco da Gama e ainda arruina mais Portugal.
- Na plateia estavam meia dúzia de vereadores que acenavam com a cabeça e batiam palmas quando Carmona dizia banalidades, e invertiam a tendência muscular quando falavam os outros vereadores. Enfim, um espectáculo deprimente, canino, com gente que subiu na vida a colar cartazes, que desconhece a nobreza da Política e que faz o que for necessário para subir um degrau na hierarquia dos parolos. Amanhã não hesitarão em vender a mãe a troco dum prato de lentilhas... No fundo, Carmona tem o que merece: aquela equipa de vereadores, porque todos, afinal reflectem a mesma imagem: a mediocridade política e o afundamento de Lisboa numa cratera vulcânica em gestação.
- A Simone de Oliveira andava por lá à cata de alguns subsídios e foi deprimente vê-la a lançar perdigotos na atmosfera da audiência em apoio canino a Carmona. Deve ser mais uma avençada paga pelos impostos dos desgraçados dos alfacinhas. Mais comedimento não faria mal nenhum a uma idosa de que outros até guardam uma boa imagem. Mas é sempre assim, a soit-disant - cultura andou sempre na cama com a soit-disant política. Já a Amália - fora acusada de ter sido amante de todos os financeiros da capital, e não foram poucos. Do cruzamento de ambas resulta uma coisa que tem nome e se chama: o nojo da política.
- Gostei de ver a amiga Tê-tê, directora do Chapitô (e que conheci em casa do prof. Agostinho da Silva) - a fazer o papel de (faz-de-conta) de revolucionária "cultural" - que é um melodrama que cai sempre bem naqueles ambientes fechados de teatro, ajuda à compaixão, e com as pessoas condoídas e eternecidas mais fácilmente lhes vamos à carteira. Pelo menos não faz como a outra - a pianista Mª João Pires - que se pirou para o Brasil em protesto pela ausência de subsídio ao piano de cauda.
E agora começa dominar o mercado da palhaçada em regime de monopólio, com a reforma dos dois maiores palhaços do burgo: SLopes e AlBerto João Jardim. Creio que foi este o único momento sério do programa Prós & Contras a merecer registo magnético - animado pela mais conhecida representante do Chapitô: a mulher-palhaço, o que é sintomático... Gestora dum espaço de lazer e divertimento que aqui recomendamos (e não somos parte interessada em negócio). Cobramos só 3%...
- Tudo visto e somadao diria que a cidade da sete colinas - Lisboa - é linda - mas está prestes a cair num grande buraco. Um buraco chamado Carmona...