As Lamas de Portugal e a estratégia da louva-a-deus...
Nota prévia:
Nunca fui eco-fundamentalista, mas na equação geral de ponderação entre um ambiente sustentável e a degradação e erosão total dos solos e subsolos, não hesito em cuidar da preservação daquele com adequadas políticas públicas e com uma sensibilidade ambiental extra por parte da sociedade civil - local e nacional, como parece ser o caso. Primeiro, pela devida denúncia desta anómala situação (contra-natura) de despejo de lamas tóxicas de etars do Porto transportadas por uma empresa de Setúbal para a aldeia de Canelas - por parte do blog Notícias da Aldeia - de Abel Cunha. Depois, o Jumento também racionalizou o assunto-problema e deu-lhe projecção no seu espaço de reflexão.
Doravante, talvez já não seja de estranhar que amanhã ou depois MMendes, do alto da sua tribuna no hemiciclo da AR, dê uma palavrinha sobre o assunto à nação, seguida duma intervenção de algum deputado de Aveiro ou outro que, por conhecer a região ou ter algum vínculo especial - possa dar visibilidade ao problema que põe em risco a sustentabilidade ambiental (social e económica) de toda uma região. Ou ainda que o secretário de Estado do Ambiente - venha a saber disto pelo Dn, Público, CM - que passaram a citar aqueles blogs - ou mesmo através dum jornal ou rádio local - e entenda fazer uma cobertura mais desenvolvida e circunstanciada ao problema e aos actores que nele directa e indirectamente intervieram: autarcas, empresários de lamas e outros resíduos sólidos, CCDR (quem será o senhor ou a senhora!?), agências municipais e entidades conexas com responsabilidade na matéria.
Será muito interessante ver como evoluirá toda esta trama de figurantes numa peça repleta de bolôr em que muita coisa vai já podre no "reino da Dinamarca", como se posicionarão os actores neste palco conspurcado pelas más e cobardes decisões (em que o interesse público local se submete aos cifrões dos empresários que acabam por corromper tudo e todos, sobretudo os mais fracos e gananciosos) - v.q., muito provavelmente, este local foi escolhido depois de outros locais terem rejeitado essa possibilidade, restará saber se essa decisão foi política ou técnicamente discutida, participada e devidamente reflectida junto das populações??? Ou será que - as populações - por alí não haver nenhuma Universidade, empresa multinacional a laborar, nenhum barão politico-partidário ou número de pessoas/eleitores expressivo a democracia representativa já não interessa??? Estou mesmo convencido que esta tramóia se fez à revelia do conhecimento do PM, José Sócrates..que, pelo seu trajecto, até tem algumas preocupações ambientais, ao invés do que se possa supôr.
E, já agora, como abaixo se diz, onde é que estão esses eco-fundamentaalistas de trazer por casa que a propósito de tudo e de nada fazem barulho, cortam estradas, empancam o trânsito e o mais. São até capazes de impedir a construção duma ponte só porque os luva-a-deus que alí se reproduzem depois deixariam de ter relações sexuais ou morreriam duas categorias piscículas. Confesso, que esta dualidade dos rapazolas do ambiente - que cavalgam a onda para arranjar empregos e tachos que lhes permitem andar num regime ambulatório permanente - entre visitas ao estrangeiro para conferências e biscoitos, me confrange. São uma espécie de versão rasca da jotinhas partidárias... Que, aconselhaados pelos e irmãos mais velhos, integram os partidos para arranjar empregos porque a vida em cá fora está difícil. É a escola do a. preto deste psd que encheu o partido de gente quase analfabeta, e alguns deles até rodeiam o actual locatário da Lapa, so far..
Tanto mais que nos momentos verdadeiramente graves e críticos, em que era suposto a sua presença, o concurso do seu suposto know how, a sua efectiva denúncia e informação geral ao país acerca das consequências que podem estar em causa no caso das lamas em Canelas, mormente no plano da saúde pública, os ditos ambientalistas devem ainda estar a comer biscoitos, ou se os subsídios para a sua associação ou ONG já foram aprovados conjuntamente pelo governo e por Bruxelas... Ou então essa "matilha" ainda está preocupada com os ditos louva-a-deus machos - que ficam sem a cabeça no decurso do acto sexual, porquanto a fêmea que alí acasala - para obter mais prazer e energia do seu parceiro, devora-lhe a cabeça em pleno acto, sem que daí resulte uma paralisia imediata ou sequer diminuição da performance sexual do macho, antes pelo contrário... Como se tratam de sistemas autónomos, o macho ainda fica com mais energia sexual naquele instante, ainda que depois venha a morrer comida que foi a sua cabeça pela fêmea com quem acasalou. E sabendo dessa surpreendente reacção sexual por parte do macho, é que a louva-a-deus fêmea toma a opção de, por regra, triturar a cabeça do seu parceiro em pleno acto sexual. Goza mais e procria mais eficientemente.
Mau grado a comparação - que não é mais do que uma sintomática analogia aqui aplicada ao despejo indevido das lamas das etars do Porto na aldeia de Canelas, queríamos daqui inquirir o autarca da região, o CCDR, as empresas e os empresários do sector directa e indirectamente envolvidos e, naturalmente, os "cabeças de alhos-choxos" dos ambientalistas - o que é que andaram a fazer durante todo este tempo desde que aquelas lamas foram alí despejadas pondo em causa a saúde pública das populações?? Ou será que alguns portugueses, em certas regiões do país, são considerados de 2ª categoria...
Certamente, que a intenção destes responsáveis (públicos e privados) não é comportarem-se como a louva-a-deus fêmea, ou será que...
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in Jumento -
Parece que o desenvolvimento chegou à aldeia de Canelas sob a forma de lamas, curiosamente lamas de etars do Porto transportadas por uma empresa de Setúbal, um pequeno exemplo da globalização à escala nacional, uns sujam, outros ganham com negócios sujos, as autoridades assobiam para o ar, e a Aldeia de Canelas ficou com o lixo.
Enquanto os ambientalistas anda muito incomodados com a co-incineração, os autarcas (alguns ali para os lados de Canelas) empaturram os Tribunais Administrativos com processos e impugnações, e até houve em Coimbra que proibiu a utilização das estradas do concelho por camiões transportando resíduos tóxicos (pelos vistos as lamas não terão passado por aquelas bandas), há um negócio subterrâneo no país, a colocação em locais mais ou menos discretos, dos resíduos das grandes cidades. É mais barato despejar as lamas das etars junto de uma qualquer aldeia, até porque os seus habitantes são tidos por idiotas, do que assumir todos os custos, desde as análises à destruição em local adequado, passando pelo seu transporte em condições adequadas. [...]
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