quinta-feira

A espiral do nojo mediocrático: o caso valetim

  • Todos sabemos que vivemos na tal sociedade das imagens, uma sociedade em que as pessoas valem pelo número de vezes que aparecem na TV - nesse mercado negro das aparições esvaziadas de conteúdo. Ora, o sr. valentim loureiro, que é quem neste momento em Portugal mais perdas e danos gera à imagem interna e externa do País, parece ter nascido na própria imagem criadora da estações de tv em Portugal. Ele é um fusível do espaço electromagnético que liga as imagens entre si que depois as câmaras de tv vomitam cá para fora sob a textura/imagem de valentim.
  • Ele é omnipresente, omnisciente e, quase diria, omnipotente. Claro que pelo uso que faz do charuto, só pode ser um impotente.., mas a responsabilidade desta corrupção das imagens é das tvs, pois sabem que tudo quanto diga respeito a esse sujeito envolve escândalo, escândalo gera charivari, e charivari gera shares, audiências - que conduzem a mais e mais receitas publicitárias. A isto podemos designar a espirar do nojo mediocrático.
  • Daí a exploração torpe e canalha que a mediacracia faz da cara do népota do futebol luso. Tudo não passa dum tráfego de imagens em que todos procuram ganhar: os corruptos que assim vêem - de algum modo - lavada a sua torpe imagem; as tvs porque ganham dinheiro sujo ante este espectáculo imagético doentio ante a alienação do povo amorfo e sem filtros.
  • Por essa razão consideramos que as tvs em Portugal (que se substituem aos tribunais) representam o coração dos centros de irresponsabilidade e de irrealidade da sociedade real. Logo, são contribuintes líquidas para potenciar situações que ainda estão em segredo de Justiça, se esta funcionasse...
  • As tvs ao passarem na sua caixa negra a cara de sujeitos que sistemáticamente danificam o tecido social estão a contribuir para potenciar as mais diversas formas de corrupção das almas, sob a forma imagética, de informação, de pub., ou de consumo directo de divertimentos ou de produtos desportivos e/ou culturais que hoje constituem o modelo da vida socialmente dominante. Ou seja, a circunstância de a imagem de um sujeito chamado valentim loureiro passar frequentes vezes na caixa negra multiplica a areia na engrenagem da justiça e da verdade desportiva; e a circunstância das estações de tv embarcarem nessa fraude de espectacularidade, concomitantemente, significa que o drama da futebolítica rende milhões, mas deixa lavrado no terreno uma degradação do que significa hoje aparecer na tv em Portugal.
  • E isso tem custos para os telespectadores menos avisados que fazem do futebol a religião da sua vida, e são muitos - dado o baixo índice cultural do povo português. O resultado é a sua alienação em proveito do objecto contemplado - resultado da sua própria actividade insconsciente.
  • Quer isto dizer que quanto mais o povo português grama com a pastilha do senhor valentim - aos berros e aos alhos e bugalhos sua grande especialidades + as batatas... - menos ele vive a sua própria racionalidade e sanidade mental. Por isso faço daqui um apelo para as tvs nunca mais passarem a imagem desse fulano, que está sob avaliação da Justiça e é indiciado de "n" crimes que têm instabilizado as instituições desportivas em Portugal. A gravidade da situação é que parece nem as tvs reconhecem esse facto: quanto mais passam a cara do "animal" menos compreendem a razão das sua própria existência e o seu próprio desejo ou missão: INFORMAR.
  • O espectáculo valentim não passa, afinal, duma permanente guerra do ópio protagonizada pela mediacracia para fazer aceitar a identificação dos bens culturais e de divertimento às mercadorias mais desprezíveis. E como as estações de tv sabem que assim ganham dinheiro fácil investem em certos "apitos dourados" a fim de garantir sala-cheia. Também isto é desprezível...
  • Pergunto-me se os directores de informação sabem disto? Ou fingem que...

  • Post dedicado a Guy Debord por ter sido com ele que aprendemos que a face de certos foragidos à justiça contribuem para adensar o clima de corrupção generalizada em todo o tecido social, o qual contribui para a sua própria alienação. O actual presidente da Liga - é a "fábrica" dessa alienação e o resto é com a justiça e com os indícios de crime integrados no caso Apito dourado e noutros...