quinta-feira

Sócrates on tv

Depois de ontem Sócrates ter passado o dia on TV, hoje a privada de Carnaxide também quis o quinhão para potenciar o share de audiências. Pergunto-me se a tv de balsemão quis entrevistar o PM para fazer o ponto da situação política - ontem objectivado no debate parlamentar, ou se quer essa entrevista porque precisa mesmo dela para competir com as concorrentes e sobreviver com as receitas da Pub.,!!?? Receitas essas que estão a decrescer na rua da Outurela. Business as usual.. Neste caso o PM terá muita paciência em acudir a todas as capelinhas mediáticas e satisfazer todos os shares. Neste caso - penso que se fosse PM sentir-me-ía como uma meretriz - que depois de ter estado numa estação teria de assentar arraiais noutra. Que seca!!! Consigo ainda ver os últimos 10/15 da entrevista e registo a questão da entrevistadora - que está para o jornalismno como Soares está para a política (é do outro tempo, para não dizer do outro mundo): aprende com Cavaco em Belém??? Após 3 ss. o PM respondeu afirmativamente; mas ao fim do dobro desse tempo, i.é, 6 ss. - corrigiu e complementou imediatamente a rota, mostrando que o PM é, acima de tudo, um homem do Ps (e do aparelho) e foi nessa qualidade que mastigou a resposta e lá teve de ruminar uma justificação mais plausível e ampla quanto política. E disse que (também) aprendeu com Soares, com sempaio e também, naturalmente, com Cavaco. Além de ter cometido a injustiça de ter omitido Ramalho Eanes - com quem duvido que alguém aprenda algo, também não foi totalmente justo com a História, já que se esqueceu de todos os reis e ditadores que estão lá para trás na galeria da História, e que deve ter estudado e aprendido nos livros. Acima de tudo, o fundador da nacionalidade: o D. Afonso Henriques, que a esta hora, se fosse vivo, deveria estar a chicotear a mãe pelas escapelas que dá à zara para aí comprar a lingerie para seduzir o fidalgo espanhol. Além de fazer mal à nossa balança comercial no quadro das relações luso-espanholas, também nos faz mal à alma. Confesso que nesses 10/15 min. que me restaram da entrevista, apreciei mais as respostas do PM do que a sensaboria das perguntas da jornalista - que antes de o ser já era: um nado morto... De tudo extraí uma comezinha conclusão: a urgência do fast thinking é a regra em Portugal, nem que seja para inflacionar o share e ajudar a contabilidade de Balsemão na guerras das audiências que a tv de Carnaxide há muito perdeu. Mas o que é mais curioso é que hoje o dono do expresso ganhou mais um aliado de peso que puxou por ele..., curiosamente o PM. Não são estas democracias mediáticas admiráveis!!!???