quarta-feira

O teleférico (do Parque Eduardo VII) como alavanca cultural da nação

Razões sociais e económicas estão na origem do subdesenvolvimento cultural que nos tolhe. Não lemos livros mas jogamos muito jogos virtuais agarrados ao joystick do PC. Alguns nem isso fazem. Ora isto é lamentável. Por outro lado, quase meio século de ditadura contribuíu para atravancar ainda mais essa pobreza cultural que nos fixava ao Fado, ao Futebol e à Nossa Senhora de Fátima. O resultado está à vista: a nação mais pobre da Europa - seja nos aspectos materiais, seja nos chamados intangíveis - onde entra a cultura. Ora para obviar esse estado de letargia cultural em que vegetamos, proponha aqui que o engº Carmona Rodrigues, presidente da Edilidade lisboeta - agora ou em futuras edições da Feira do Livro - intalasse o teleférico com uma das pontas atado à cabeça do Marquês de Pombal e a outra ao topo duma das torres que encimam o Parque Eduardo VII. E depois oferecesse aos turistas visitas guiadas aos vários stands temáticos em ordem a fomentar a leitura e a espevitar o mercado livreiro. Tenho para mim que esta medida aéreo-cultural produziria bons resultados a curto prazo. Além de ultrapassar o engulho gerado pelas obras na área. Se bem me lembro, desconfio mesmo que até Vitorino Nemésio concordaria com ela sob o olhar atento da insularidade...