sábado

A queda do Império Romano e a queda do XIX Governo (in)Constitucional



Como todos os impérios também o Império Romano ruiu. Na sua base estiveram as invasões bárbaras que originaram a demolição do então super-Estado. Edward Gibbon, dá-nos uma lição de história a explicar essas razões e a recriar contextos históricos espaçados no tempo, mas com similaridades interessantes que justificaram a deposição do seu último imperador, Rómulo Augusto, deposto em 476 d.C - por um grupo de mercenários num contexto em que já escassos territórios e tropas estavam ao serviço do imperador deposto. 
- Importa recordar que os comandantes e chefes que tentaram manter o mega-Estado Romano - já nos últimos anos de agonia - eram, na sua maioria, de origem bárbara, pelo que só faltava que um deles decidisse tomar o poder que ele cairia na rua e seria logo substituído por outro actor. 
- Ora, o que se passa actualmente em Portugal decorre duma situação análoga à queda do Império Romano: há mártires, que são quase 10 milhões de portugueses a sofrer a carestia de vida imposta por um governo impreparado, incompetente, vil e insensível; as guerras contínuas existentes à época, quer as que remetem ao reinado de Diocleciano (284-305), quer ao período de Carlos V (séc. XVI) - se definiram por momentos históricos balizados por uma excessiva carga fiscal, pelo que ambos os imperadores, naqueles dois termos históricos de referência que serviram de orientação epistemológica a Gibbon, foram forçados a abdicar.
- Neste quadro comparativo, em que talvez os termos de referência não sejam assim tão forçados para engendrar uma conclusão lógica, é plausível a reclamação de Mário Soares que pugna pela renúncia de Cavaco (agravada pela sistemática violação da CRP por parte do Governo e sancionada por Belém), o que conduziria, inevitavelmente, à queda deste já ilegítimo governo que só se mantém em funções porque está ligado à máquina pelo decadente locatário de Belém. 
- Sabe-se que a abdicação daqueles dois imperadores, em momentos distintos da história, foi acompanhada duma reforma tranquila, que é o que ocorrerá a Cavaco (apesar de se queixar do valor da sua pensão), Passos Coelho, P. Portas e tutti quanti quando forem forçados a abandonar o poder, e cuja tranquilidade de vida contrasta gritantemente com as condições de vida da generalidade dos portugueses. E nisto consiste também a decadência moral daquele escol dirigente, já que pouco ou nada se importam com a miséria de muitos, desde que eles próprios vivam com excessivo rendimento, conforto e tranquilidade. 
- Acresce, por outro lado, a circunstância de, tal como sucedera na antecâmara da queda do Império Romano, que poucos polícias defendem hoje este poder político, que não respeita a CRP, as suas condições de vida e lhes paga condignamente, razão por que ultrapassaram as barreiras de segurança na Assembleia da República (numa manifesta cumplicidade inter-polícias) - e numa demonstração ao ainda poder político em funções de que, com esse precedente, o poder político - numa próxima oportunidade - poderá ser deposto pelas polícias insatisfeitas - às quais facilmente se juntariam as massas em fúria que apresentam o mesmo capital de queixa. 
- No fundo, os bárbaros do poder, usando e abusando de medidas e de políticas bárbaras, só podem gerar reacções igualmente bárbaras em todos os sectores da sociedade que desejam ardentemente uma mudança política em Portugal. 


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