terça-feira

Os ídolos de Aguiar-Branco neste cinzentismo da política à portuguesa

Um actor em potência para o próximo filme de Woody Allen...
Sugira-se a Branco que também solicite uma audião ao Papa (e outra a Fernando Limas...)
O líder parlamentar do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, divulgou hoje que personalidades quer ouvir no Parlamento na audição temática sobre o “exercício da liberdade de expressão em Portugal”.
À Assembleia da República vão ser chamadas pelo menos 25 personalidades que se dividem por entidades como a ERC, o Sindicato dos Jornalistas, a Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social, directores de informação, administradores de empresas da área da comunicação, jornalistas e profissionais de outras áreas.
No capítulo de “personalidades” o PSD quer chamar o administrador do Millenium BCP, Armando Vara, o assessor da PT, Paulo Penedos, o administrador da PT, Rui Pedro Soares, o ex-deputado do PS, Armando Vara e José Eduardo Moniz. Os jornalistas Manuela Moura Guedes (TVI), Mário Crespo (SIC), José Manuel Fernandes (Público), Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita (Sol) também estão na lista.
Há ainda jornalistas que serão chamados na qualidade de “directores de informação”. O director do Jornal de Notícias, José Leite Pereira, o director do Diário Económico, António Costa, os directores dos semanários Expresso (Henrique Monteiro) e Sol (António José Saraiva) e o director de informação da TVI, Júlio Magalhães, foram indicados pelos sociais-democratas.
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Obs: Aguiar-Branco é daqueles políticos monocórdicos que procura esconder a sua falta de ideias e de projecto alternativo para Portugal recorrendo, pura e simplesmente, à chicana política, agora revestido com um toque mediático.
O recurso ao método da audição das estrelas dos media de forma massiva não é mais do que pescar à linha na sociedade civil aquilo que Branco - juntamente com o seu grupo para-lamentar - não consegue conceber para modernizar e desenvolver o país não o endividando ainda mais.
Na fase delicada que Portugal atravessa, seja nas suas finanças públicas e em todos os indicadores sociais, converter as comissões parlamentares da Assembleia da República numa espécie de audição de artistas dos media para identificar aquele que fala mais grosso contra o poder legítimo em funções é, talvez, um dos piores serviços que esta oposição presta à nação.
Não apenas por se tratar duma total perda de tempo e de recursos mitigada com insultos, como também revela os métodos do Estado espectáculo (que converte a política numa companhia de teatro) a que recorre a oposição - com vocação de poder - em fazer política num momento em que as agências de notação financeira comparam Portugal à Grécia, temos descidas bolsistas perigosas, os spreads da banca sobem, e, para infortúnio de todos nós, um advogado queque do Norte que demandou a capital entende útil para a nação que o que Portugal precisa é uma audição de ídolos, na esperança de que uma dessas vedetas faça uma declaração surpreendente que deixe o país de rastos, Sócrates se demita e, voilá, o advogado do Porto com escassa vocação para a política suba a escadaria de S. Bento e passe a governar Portugal tendo, depois, Manuela Ferreira leite como sua novel consultora de imagem.
A ser assim, os planos de Branco são verdadeiramente "geniais" e um activo para a república.
Se o realizador Woody Allen conhece este actor do Norte (carágo!!!) contrata-o imediatamente para protagonista da sua nova película cuja acção rodará entre o Cais-do-Sodré e Alfama, com umas paragens na Av. do Brasil e uns retiros na Miguel Bombarda...