sábado

Modernidade = Decadência

Hoje, e sempre, o problema da nossa vida é o de saber da condição humana, e de restaurar a partir dela toda a plenitude e autenticidade da sua existência. Sucede, porém, que - e sem querer ser "bota d' elástico" - a civilização moderna que criámos e na qual estamos imersos, carece de um projecto de futuro. Ora, Portugal aprovou na AR a possibilidade do casamento gay ao mesmo tempo que nos debatemos com uma taxa demográfica regressiva, tal o paradoxo do tempo. A esta luz, i.é, da sustentabilidade da nossa taxa de natalidade caminhamos sem um rumo mercê dos ventos da tal modernidade que sopra da Europa - que aconselha, na maior parte dos Estados europeus não apenas o casamento entre pessoas do mesmo sexo como também a adopção, e aqui faltou coragem a Sócrates - para esticar o seu projecto e dar-lhe a elastecidade que a esquerda revolucionária pretendia. Aquilo que era impensável ontem, foi hoje aprovado, só que com um tremendo custo social, existencial, metafísico, demográfico e até na relação do homem consigo próprio, já que não se alteram hábitos, normas, valores por decreto lei. Desta feita, o homem caminha para um vazio, ou seja, um homem já pode casar com outro homem, a mulher poderá o mesmo, mas nem por isso deixaram de caminhar em direcção ao vazio, à não-existência, à violação da natureza com que fomos (genéticamente) criados. Daí supor que caminhamos para uma sociedade do vazio, da não-existência, da taxa-demográfica-zero, sem Deus, sem metafísica, sem divino, apenas sabemos que já podemos casar pessoas do mesmo sexo. Ora, isto, no limite, acaba por ser uma confissão que envolve ocultar a própria morte, e, ontem, no Parlamento, ao votar-se pelo possibilidade legal do casamento gay mais não fizémos do que um regresso à pedra lascada que agora nos é servida sob o rótulo de modernidade. Sucede, porém, que a verdadeira Modernidade, faz-se de diversidade e de elementos que sejam somativos, e não de elementos que se neutralizem uns aos outros neste grau zero da civilização contemporânea. Pois nenhuma civilização ocultou a morte como hoje, modernaçamente, fazemos e em nome de quê(?), senão duma minoria e duma moda de género que não rezará à história nem sequer contribui para renovar o "parque humano" que, doravante, tenderá a anquilosar-se ainda mais. Uns chamam a isto modernidade, outros decadência. Estou, naturalmente, neste segundo grupo.