quarta-feira

Santana lança-se no abismo do vazio na antecâmara da morte política. Um OPNI

Santana, numa versão decadente da tomada de posse no Palácio da Ajuda/2004 (que foi uma barraca regulada pelo Lexotan), deixa-se agora fotografar no meio duns chaparros para dar um toque pós-moderno e pró-ambiental, mas depois nenhuma ideia resultou.
Que projecto para Lisboa, que prioridades, que objectivos micro, meso e macro(!???). ZERO.
Foi um santana zangado, errático, sussurante, bajulador da madrinha política Ferreira leite - que pfv lá ratificou o seu nome para candidato à CML (sob forte pressão da Distrital de Lisboa e com Pacheco Pereira a dizer que vai votar fora de Lisboa), no fundo Santana está igual a si próprio: candidata-se por ele, pelo seu orgulho, pela sua necessidade de afirmação, status e prestígio. Não pode ser deputado toda a vida. Nada deste festival do vazio remete para o interesse público, para o bem comum da cidade e dos lisboetas.
Depois este "elefante branco" da política à portuguesa ainda tem a lata, depois de ter sido o pior PM do pós-25 de Abril e abandonado a CML deixando-a falida e envolta num caos urbanístico e numa teia de corrupção sem precedentes, de dizer que quer fazer dois mandatos, 8 anos, portanto. Além da habitual demagogia trata-se também de arrogância democrática...
Desta vez é que é (presume o próprio), desta vez não haverá mais episódios de Durão barroso em fugas para Bruxelas para cavalgar a cadeira de S. Bento, portanto os lisboetas podem estar descansados que santana fica mesmo, como o Toyota.
Ora, isto é de loucos... É como garantir que já se tem o dinheiro resultante do assalto ao banco mesmo antes de se efectuar o dito assalto. Mas as coisas podem, de facto, correr mal a Santana. Sobretudo por uma razão: os portugueses em geral e os lisboetas em particular têm memória...
Confesso que esta concepção de gerir os cargos públicos, os interesses e as expectativas políticas como se o zé povinho fosse refém deste cambalhachos e já o tivessem eleito (credo!!!) - denuncia bem a visão que santana tem da coisa pública: um brinquedo que ele quer tocar porque lhe dá prazer, status e influência. Eis o seu vazadouro para as birras recorrentes.
A CML seria assim uma espécie de brinquedo do lego político de santana.
No limite, estou convencido que se Francisco Sá Carneiro pudesse tomar devida nota do que tem sido a prestação deste player na vida pública nacional nos últimos 25 anos em Portugal, jamais o teria convidado para assessor.
Santana teria hoje de encontrar outro patrono que lhe emprestasse outra referência, outro chapéu que lhe permitisse - no plano simbólico - fazer a sua politiquice de vão-de-escada que nem para presidente de Junta da Freguesia das Olaias serviria.
Santana representa hoje na vida pública nacional um OPNI: um Objecto Político Não Identificado.