segunda-feira

Fileiras de Marvão: perspectivas

O que um cego diria disto não seria certamente a mesma coisa do que aquele que vê claramente visto. O que um chinês diria disto poderia não encontrar paralelo com a muralha da China. Meter a muralha da China nos seios do castelo de Marvão seria impossível. O castelo de Marvão ao pé da Muralha da China também passaria despercebido, confrontadas as dimensões de ambos. O que vemos é, no fundo, aquilo que cada um de nós quiser: pode ser um pedaço de história fortificada, uma centelha do tempo, uma plataforma para fazer asa delta, um local ideal para um mergulho suicida ou, simplesmente, um local ideal para respirar (e esquecer o IRS..) e - nesse suspiro - perceber uma realidade comezinha: quão pequeno somos quando postos em contacto imediato com a brutal Mãe-natureza. Olha-se em redor e vê-se o umbigo cada vez mais pequeno na vertigem do tempo e do espaço. Sendo que o tempo é o espaço onde as coisas acontecem, como diria Stº Agostinho.