Max Weber, again. Agora numa nova versão
cit. in Sobre o Tempo que passa, de José Adelino Maltez.
Por causa do Lino e do Jamais, Max Weber entrou na treta política, mas confundindo-se os termos, dizendo-se ética da responsabilidade, quando se queria dizer ética da convicção. Esta é uma acção que está sujeita à antinomia da moral da convicção (Gesinnungsethik) e da moral da responsabilidade (Verantwortungsethik). A primeira, incita cada um a agir segundo os seus sentimentos, sem referência às consequências. Diz, por exemplo, para vivermos como pensamos, sem pensar como vivemos, à maneira do pacifista absoluto.
A segunda interpreta a acção em termos de meios–fins e é marcada pelo supra-individualismo, defendendo a eficácia de um finalismo que escolhe os meios necessários, apenas os valorando instrumentalmente, dizendo, por exemplo, como em Maquiavel, que a salvação da cidade é mais importante que a salvação da alma. Mas, as duas, segundo Weber, não são contraditórias, elas completam-se uma à outra e constituem em conjunto o homem autêntico.
posted by JAM 1/11/2008 01:00:00 PM
Obs: O problema é que Mário Lino tem sentimentos tão contraditórios, usa duma narrativa tão difusa e metafórica que aqui a aplicação da grelha weberiana (de moral de convicção/kantiana vs moral de responsabilidade/maquiavélica) encontra escassa justificação ou aplicabilidade, daí o politólogo Adelino Maltez ter inovado na fórmula e ter registado esse up-grade: ética da irresponsabilidade. Creio, por extensão, que Lino ainda não atingiu Weber, encontrando-se no estágio marxista segundo aquela lenga-lenga de que a infra-estrutura condiciona a super-estrutura. Veremos como é que estas estruturas e plataformas funcionam com os aviões. Espero não haja nenhum acidente.
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