domingo

Meneses e as minas & armadilhas na política à portuguesa

Simulacro do Macro: Meneses faz segurança a Robert Mugabe
Dentro de dias realiza-se a cimeira UE/África - que fecha a 2ª principal tarefa da presidência portuguesa da UE (cumprida que foi com sucesso o Tratado reformador de Lisboa) - pois é de prever que a complexa e problemática questão do Kosovo transite para a presidência rotativa seguinte. Mas essa cimeira comporta um problema que será, por certo, resolvido por Luís Filipe Meneses, a Evita de Gaia que desceu à capital para armadilhar o Terreiro de Paço e vingar-se de Socrates - por este ter "roubado" a CML ao PSD.
Ou seja, a vinda a Lisboa desse ditador execrável que é Mobutu, perdão, Robert Mugabe - coloca-nos sérios problemas de segurança, pois como todos os ditadores os seus inimigos políticos aproveitam a sua saída para o estrangeiro para planear assassinatos políticos em nome, por regra, doutras ditaduras ainda piores. Embora se disfarce isso com narrativas democráticas e desenvolvimentistas.
Ora, como Meneses já goza de imensa prática em colocar minas & armadilhas no seu próprio partido (para destronar MMendes - comprando os votinhos de Santana em troca da bancada parlamentar), em colocar minas em 1995 com a fórmula sulistas, elitistas e nortistas - que dividiu o partido (levando Meneses quase a ser sovado pela plateia de congressistas do psd, sendo salvo a in extremis pela própria segurança..) e agora, na sua novel modalidade, resolveu pôr um "morteiro" na Assembleia Municipal de Lisboa para fazer implodir todo o Executivo legitimamente eleito no Verão último na sequência de eleições intercalares.
De modo que Meneses será a pessoa ideal que as autoridades estatais pensam recrutar para prevenir qualquer atentado à vida do ditador Mugabe na sua vinda a Portugal no quadro da cimeira UE/ÁFrica.
Se a "coisa" correr bem pensa-se que "é mesmo deste tipo de salvador da pátria" que Portugal precisa para as funções de PM.

Já se percebeu que isto não passa dum simulacro, mas estes, em função da aceleração dos tempos e dos fenómenos políticos são, cada vez, mais reais. Mas por trás deste simulacro está uma personalidade política perturbada que deve ser aqui sumáriamente avaliada, pois muitos dos distúrbios que ela apresenta têm origens que a psico-política e a psiquiatria moderna ajuda a explicar e até a tratar.

A conduta política de Luís Filipe Meneses tem, ao longo dos anos acusado alguns desvios à norma, i.é, seja na oposição interna, seja agora na liderança fraca e bicéfala do psd - Meneses apresenta um quadro clínico que se pode resumir desta forma errática:

Uma personalidade obsessivo-compulsiva revelando um padrão global de preocupações com os ataques internos (a forma como visou MMendes nestas eleições internas no psd foi disso prova); a sua preocupação com os detalhes, as regras, as listas, a organização, as quotas, os inventários faz com que ele próprio se perca nos grandes objectivos que um grande partido - como é o psd - deve ter na oposição, e que "amanhã" volta a ser poder nesta rotação de poder que baliza as democracias pluralistas e estabilizadas do OCidente.

Mas o grande problema de Meneses, à luz da teoria psiquiátrica aqui requerida, é que este herói sem missão é completamente dominado pelas suas obsessões e compulsões políticas, pelos seus pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em certos casos, são vivenciados como se fossem acontecimentos presentes.

Ou seja, Meneses ainda não esqueceu o trauma de 1995 - com aquela frase dos sulistas, elitistas e nortistas - que o ia matando. E são este tipo de pensamentos e imagens que assaltam diáriamente a mente do actual líder do psd, tornando-o refém dele próprio e desses seus pensamentos intrusivos dos quais ainda não se conseguiu livrar, que fazem dele um homem acuçado sempre pronto para fazer xarivari político.

Ora, essa intrusividade do passado - que lhe assalta o presente e condiciona boa parte das suas condutas - acabam por provocar nele uma desproporcionada ansiedade e mal-estar intenso. Que o levam depois a comportamentos políticos conhecidos e que não valerá aqui a pena repetir. Os portugueses já o conhecem, e não lhe dão grande importância...

Ora, o líder deste psd tem de compreender, até porque é médico ou tem formação na área, que hoje os hospitais estão repletos de pessoas agradáveis, com quem se pode conversar, e algumas dessas pessoas, estou certo, estariam dispostas a ouvi-lo, a aturá-lo e a acompanhá-lo.

Mas não creio que essa tarefa caiba aos lisboetas...

PS: Sempre que avaliamos aqui as (magras) prestações políticas de Meneses fico sempre com a sensação que o comendador (e especulador) big Joe Berardo faria uma melhor prestação a comandar os destinos do PSD. Um dia ele ainda pensa nisso, leva a ideia a sério, lança uma opa a Meneses - que vale pouco - e ainda vai disputar as eleições legislativas com Socas em 2009. Isto sim, seria interessante...

Parece que já estou a ver Edite Estrela a corrigir a gramática na sequência das toneladas de bacuradas que o comendador debita por cada frase. O que também seria uma maneira de dinamizar o sector livreiro e, quiça, tornar os livros mais baratos na sequência dessa massificação. Tenhamos, pois, esperança que a Lapa tenha um comendador!!!