sábado

A paciência oriental de António Costa. A capital não merece a oposição lamentável que tem

António Costa refere à RTP1 que o montante do empréstimo não é negociável, serve apenas para pagar dívidas e honrar compromissos resultantes de contenciosos. Coisas do passado recente, sinais de Santana e Carmona, acrescento eu... Perante isto, o psd pretende reduzir o valor do empréstimo para diminuir o espaço de manobra ao edil, julgando, assim, que dificulta a gestão política da autarquia e fica bem na fotografia. Esta é a forma como o psd de Meneses pensa e faz política, utilizando todos os meios para atingir os seus fins: incendiar Lisboa, bloquear a governabilidade neste Executivo e, no final, oferecer uma proposta de empréstimo alternativa por forma a Meneses aparecer como herói e salvador deste impasse. Ele pensa que assim "come" alguns votinhos a Sócrates no plano nacional, pura ilusão!!!
É óbvio que os lisboetas já há muito perceberam o "furo" de Meneses que continua o mesmo sectário de sempre, mostrando a sua versão tribalista e canibal da política. Meneses não se importa de descarnar a vitalidade de Lisboa para alimentar a notoriedade do psd neste incêndio à capital. Foi, de resto, para isso que o psd quis manter a actual composição da AML e rejeitou eleições nas últimas intercalares, enfim, um aborto previsto na lei velha já substituída que o partido da Lapa oportunisticamente rentabiliza.
Meneses, sendo a cabeça da hidra nesta mini-crise na capital, não hesita em criar dificuldades às empresas fornecedoras de serviços e aos cidadãos para colocar o psd na agenda mediática, desta feita pelos piores motivos. Sobretudo após o psd ter viabilizado o plano de saneamento financeiro da AML, garantindo António Costa, por extensão, que a 2ª tranche de 140 milhões não constituirá nenhum "saco azul", pelo que os recursos serão utilizados após o escrutínio da AM onde o psd tem (e usa e abusa) da maioria absoluta - embora ela, de facto, não representa o eleitorado e é completamente artificial e fantoche, à semelhança, aliás, da liderança da Lapa no plano nacional.
Esta obsessão de meneses por Lisboa, que destruíu politicamente o seu antecessor, MMendes, revela que Meneses não aprendeu nada. Ele tem de perceber que nem todos fazem política com base nos seus critérios e métodos oportunistas, e estes, ao julgarem que os 500 ME são um "cheque em branco" para António Costa fazer um vistaço em obras e fugir para o Brasil com os trocos restantes, depois de liquidados os calotes de Santana e Carmona (que só em assessores foi uma verdadeira vergonha, e a maior parte deles eram analfabetos funcionais) - denuncia bem a concepção que Meneses faz da política e a forma como está na vida.
Ao fim e ao cabo, Meneses não mudou mesmo nada desde que proferiu aquela vergonhosa frase de sulistas contra nortistas - onde ia sendo sovado pelas multidões em fúria. Meneses não hesitou em recorrer à insídia para visar o seu colega de partido, MMendes, para o afastar da liderança, portanto também não hesitará em recorrer aos métodos mais lamentáveis e ilegítimos para incendiar Lisboa, bloquear o caminho a este Executivo e criar um facto político em Portugal.
Melhor fora que fizesse como o outro, desse um mergulho no rio Tejo antes de voltar a perder as eleições autárquicas e fique reduzido a cinzas...
É o que lhe vai suceder, por isso temos vindo aqui a defender, desde o início da semana, que Meneses é um herói sem missão, um figurante sem guião, um player sectário e tribal que não hesita em canibalizar politicamente Lisboa para inscrever por uns dias o seu psd-sinho na agenda mediática do burgo.