segunda-feira

Prémio do Guincho: Carlos Marighella para Marcelo (o conceptor) e Santana (o executor)

INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PRÉMIO DE GUERRILHA URBANA

CONCEPTOR: Marcelo Rebelo de Sousa
EXECUTANTE: Pedro Santana Lopes e a "Evita Peron" de Gaía
OBJECTIVO: "Abater politicamente" o PM, José Sócrates
Quando ontem Marcelo rebelo de Sousa alinhavou na sua missa de Domingo a estratégia de marketing político (eivada de patologia política, diga-se de passagem, e a carecer de urgente estágio profiláctico no Júlio de Matos - que ora se fundiu com o Miguel Bombarda) só me lembrei de um sujeito: o famoso Carlos Marighela, autor do Manual do Guerrilheiro Urbano.
Onde se ensinam algumas acções de guerrilha urbana e de guerra psicológica - prenunciadora, aliás, daquilo que o próprio Marcelo parece desejar, i.é, de um clima geral de instabilidade e de verborreia (parlamentar) cujo fito é enervar Sócrates e, desse modo, tirá-lo do sério, levá-lo a dizer asneiras e desajolá-lo de S. Bento. Assim, Santana poderá regressar ao regime de sestas do costume...
Marcelo foi o conceptor dessa estratégia de Guincho, Santana será, aparentemente, se não tomar nenhum Xanax como quando tomou posse como PM no Palácio da Ajuda, o seu executante. Portanto, temos, assim, mano-a-mano conceptor e executante.
Desta feita, um conjunto de acções Santana terá de empreender, desde já aquando da discussão do OGE a 6 de Nov. próximo. E que acções são essas que Marcelo (ainda que tácitamente) prescreveu para Santana com o fito de destruir politicamente Sócrates?
1. Incursões ou invasões na sede do PS, no Largo do Rato
2. Usurpar a cadeira do PM no hemiciclo e fingir que é o novo PM - fazendo alguns manguitos para Jaime Gama - que do 1º balcão parlamentar, "são bernardamente", reclama uma calma franciscana.
3. Santana Lopes terá de berrar mais alto do que todos os deputados juntos (mormente os do seu grupo parlamentar, que Marcelo disse serem ainda pior do que Santana)
4. Emboscadas a Socas à saída da sua residência, com Marcelo disfarçado de pirata e Santana de elefante branco. Trajes naturais de um e outro...
5. Táticas de rua na escadaria do Parlamento e umas fisgadas nos jardins de S. Bento, residência ofic. do PM - na esperança de atingir Socas num olho ou nos parietais.
6. Fomentar deserções no governo socialista, nomeadamente entre os independentes
7. Sequestrar a secretária, os assessores e os amigos mais próximos de Sócrates de modo a que Santana fique por dentro dos dossiers mais importantes da governação e não confunda a OTA com o TGV, e o TGV com a EDP, e a EDP com o PSD/PPD...
8. Emitir campanhas de agi-prop a partir duma rádio pirata com duas antenas: uma na Lapa, outra em Gaia;
9. Execuções sumárias, medida mais extrema, cuja incumbência deste tipo de trabalho (mais sujo) caberá, evidentemente, a Rui gomes da Selva, sempre disposto a levar a bala perdida para salvar o amo
10. Sabotagens e acções de terrorismo no carro e em maços de cigarros utilizados por Sócrates bem como noutros dispositivos. Esperemos, agora, que Socas fume..., senão isto não funciona.
11. Reutilizar as campanhas do costume de 2005, assentes em assassínios de carácter e em tentativas de colagem de corrupção - de que o Freeport de Alcochete foi o reflexo mais malvado e saloio.
Eis algumas das receitas subliminares presentes no argumentário domingueiro de Marcelo que Santana Lopes deverá seguir para irritar o PM. Seria assim que Marcelo, se fosse oposição, tentaria conquistar a sua credibilidade política.

De tudo decorre uma - entre dezenas - de conclusões: Marcelo por vezes é tão "brilhante" e tão "genial" que dá tantos tiros nos pés quantos pontos pensa marcar. E ontem na sua missa de Domingo disse-nos não apenas aquilo que Santana deveria fazer no hemiciclo para irritar e descontrolar Sócrates quanto nos revelou o íntimo do seu próprio pensamento político.

Em face do exposto só posso congratular-me com duas coisas: um nunca foi PM, o outro nunca mais voltará a sê-lo.

A bem de Portugal.