segunda-feira

As preferências de Marcelo no balanço da semana. A novel "culinária política" da linha de Cascais...

Marcelo deu os parabéns a Sócrates, a António Vitorino, a Luís Amado e a Manuel Lobo Antunes, mas esqueceu-se de Durão barrosos (que recuperou à posteriori).., que maldade!! Caramba, Marcelo nem para os seus é bom...
A Europa deixou agora de estar num impasse politico-institucional, tem um novo guia capaz de liderar a vontade de 27 Estados-membros, apesar de as grandes potências continuarem a poder bloquear uma decisão e a manifestação que enchia o Estádio da Luz contra a flexisegurança ser mais uma nota de protesto que foi além da flexisegurança e pretendeu visar o governo socialista no seu conjunto.
Os fundos comunitários foram mais uma boa nova, cobrindo o período 2007-2013 e previligiando a formação, a qualificação dos recursos humanos, o ambiente, a inclusão social por forma a aumentar a produtividade e a competitividade nacionais. Sobretudo, quando os estudos apontam para uma pobreza vergonhosa em Portugal e que tem raízes estruturais. O que nos levará a interpelar se quem é responsável pelas derrapagens orçamentais na execução de grandes obras públicas (como o túnel do Marquês de Pombal do tempo Santana e Carmona) não deveria ser reponsabilizado?
Talvez numa próxima revisão constitucional (Meneses inclua essa proposta) de forma a ficar estatuía na CRP, tipificando assim um novo tipo de crime ligado à derrapagem financeira nas execuções de obras públicas que acabam por não libertar recursos para o Estado e a sociedade investir nas pessoas, o que gera mais pobreza neste ciclo (vicioso) subdesenvolvimentista.
Ficámos também a saber que Marcelo é defensor do referendo, mais que não seja para demonstrar à plebe que é docente de Direito, além duma razão de fundo: a Europa não pode continuar a ser construída "confidencialmente". Aqui marcelo tem razão, mas então que se fizesse esse referendo nos momentos anteriores em que se reviram os tratados nos últimos 10/15 anos e não agora onde nenhuma opção de fundo na relação Portugal-Europa está em causa.
Marcelo, para ser sério (não apenas politicamente, mas intelectualmente), e até sabe do que fala, deveria era fazer um apelo, na linha do líder do seu partido, para que sejam os deputados a discutir e a explicar essas modificações e consequências para a Europa e para Portugal em sede parlamentar. Já agora, deixamos aqui uma questão a marcelo, já que é defensor do referendo:
- Qual seria a redação da questão a ser colocada nesse referendo?!
Onde é que Marcelo andou neste últimos anos... Depois, bom depois é o velho problema da promessa política, pois Cavaco, Sócrates e até Barrroso - todos prometeram o referendo. Marcelo gosta de promessas e cumpre-as, sobretudo se forem imputadas aos outros. É mais fácil, ainda que o país nada ganhe com isso, e o mais grave é que Marcelo sabe-o.
Não fazer o referendo é mostrar medo (de novos chumbos populares, pois claro!!) e, assim, a Europa ficar de novo atravancada depois de todo este esforço de Sócrates. Nada de novo na polis. Ante esta formulação bizarra de Marcelo, pergunto-me se o professor não deseja (ardentemente) o referendo para que uma França, uma Holanda ou até uma Espanha o possam chumbar e, desse modo, comprometer a própria marcha da Europa. Neste caso, a crise da Europa daria jeito a Marcelo, embora não seja essa a linha oficial do PSD, o que lhe estraga os intentos.
Mas qual foi a grande preocupação da noite de Marcelo? O Santana. Diz Marcelo que Lopes teve mais share do que Meneses e Sócrates. Eu acrescento: marcelo também é capaz de ter mais share do que os Donos da Bola, mas menos do que um Big Brother, e se uma estação de TV se adiantar com 10 ss. de filme de Cicciolina - nem que seja a teorizar sobre a nova Europa a 27 de ligas pretas e vermelhas - ainda é capaz de sentir vergonha por esta dama de 7 estrelas bater Marcelo nas suas missas domingueiras. E daí..., Marcelo conclui: Santana é um perigo, teve muito share, logo ameaça o governo, o PM e até o seu líder Meneses - com quem reparte uma liderança (fraca) e bicéfala.
E como o PM anda cansado por causa da Europa (que não o deixa governar domésticamente), Marcelo aconselha que o santana, para ser eficaz no hemiciclo, terá de chamar nomes a Sócrates só para ver se o enerva, eis a receita de culinária política da linha de Cascais de Marcelo para este psd bater Sócrates. Neste segmento de assessoria política que Marcelo ventila para a Lapa diria duas coisas: nem a Maria de Lurdes Modesto ou o Chefe Silva fariam melhor... Assim, marcelo ainda termina em Belém a fazer receitas para Cavaco e a cozinhar para todo o protocolo de Estado. Ou então, no intermezzo do bico de gás, a fazer uma vichisoise para o seu amiguinho das alianças funestas - o Paulinho das lavouras...
Quanto às listas deste novel psd marcelo disse aquilo que o país já conhece: o partido foi assaltado pela quinquilharia santanista, onde estavam barrosistas estão hoje menesistas, sendo que os vice-presidentes são todos uma lástima. Assim, santana poderá sonhar com as estrelas e ser o tal One man show... Veremos se, na linha de Mourinho, também assevera à plebe: I' m sprecial You know... Só que não ganha é tanto!!!
Tudo dúvidas que a República esclarecerá no dia 6 de Novembro quando o governo debater o OGE para 2008, momento da estreia de Santana. E aí veremos como a maturidade de santana funcionará perante o tique mais musculado de Sócrates - que já o conhece bem dos programas de tv. Sendo certo que daqui resultará mais um esmagamento progressivo de meneses do que própriamente um apagamento galopante de Sócrates. Mas veremos, porque em política não há impossíveis.
E alguns até são (ou foram) bastante "rocambulescos", como diria um amigo: até Santana foi PM de Portugal, ou terei sonhado!?
No final de mais esta missa de Domingo fiquei com duas impressões, Santana goza agora de dois porta-voz(es), um na Lapa (Meneses) e outro na missa de Domingo (Marcelo):
1. Meneses na entrevista que deu a Judite de Sousa a semana passada apresentou-se como um eficiente e zeloso porta-vox de Santana, o "menino guerreiro" (embora se desconheça a causa que o anima, porventura o seu umbigo e o núcleo folicular do seu narcisismo potenciado por uma vingança atroz do tamanho do mundo);
2. Marcelo, nesta sua missa, pareceu-me o porta-vox de Santana - dando-lhe conselhos de culinária política que pormenorizam o que Santana deverá, doravante, fazer a Sócrates para o enervar e tirar do sério. Socas terá de comprar um sonotone para passar a ouvir melhor...
Esperemos, contudo, que Marcelo, diante da sua genialidade de sacristia, não tenha como referência a gramática do prof. Charrua que andou por aí a chamar "filho da p..." ao PM e, antes dele, Santana (e sus muchachos) orquestraram uma campanha verdadeiramente canalha (essa sim, verdadeiramente filha da p...) que visou assassinar o carácter de Sócrates, campanha essa que foi até condimentada por um tal caso Freeport de Alcochete que terminou da forma como santana Lopes tomou posse no Palácio da Ajuda...
Quanto a mim não terei qualquer tipo de dúvida: Santana foi uma nota de pé-de-página na história política contemporânea, um erro crasso a evitar de futuro.
Em nome do national interest de Portugal, evidentemente. Repetir esse erro cinematográfico, num remake de 3ª série, seria adiar os destinos da República.
Para quê, afinal?
PS: Reflexão dedicada (cínicamente, como é óbvio) à quinquilharia da loja dos 300 do santanismo que assaltou novamente a Lapa - não com o objectivo de servir o interesse nacional, mas com o fito de se vingar duma derrota que os humilhou em 2005. Um desastre antecipado, portanto.