A Grande entrevista a Meneses. Um copo d'água para o líder do PSD pfv...
Confesso que me arrepiou ver Meneses meter o copo d´água à boca sem água lá dentro: deserticamente exasperante. A RTP não deveria fazer isso aos seus convidados, gasta tanto dinheiro mal gasto na selecção e recrutamento dos seus quadros e repórteres que envia para Espanha, alguns até classificados em 4º lugar nos respectivos concursos internos, que bem poderia contratar o Sousa Cintra das Águas e convencer o homem a lá deixar uma grade para o Meneses absorver. Seria o mínimo. Dito isto, Meneses esteve bem na forma: pausado, moderado, racional, fluente, articulando bem os assuntos - ainda que no fundo desses mesmos assuntos não tivesse razão. Para já Pedro Santana Lopes foi um péssimo PM (Meneses branqueou isso, lamentável!!); Manela Ferreira Leite não teve uma única ideia sobre política económica e política financeira enquanto foi ministra das Finanças (ao invés das balelas de Meneses - que até viu chumbado um convite em directo à dama-de-ferro), pois Manela as poucas ideias que alinhavou em 2004 foram aquelas que ela e os seus assessores importavam do blog Jumento que depois as reproduzia no debate parlamentar. Isso será fácil de verificar compulsando algumas dessas intervenções com Editoriais escritos na véspera pelo referido blog que comecei a consultar na altura e achei por demais evidente tais coincidências. Desconheço é se era o António Preto, que não deve saber onde fica a "@" no teclado do PC, que lhe compilava o material. Será que era ele que compilava o material para M.Ferreira leite?! Mas Meneses fois mais longe: Sampaio foi um "bandido" (a expressão é minha, mas o sentido é de Meneses), e se calhar, acrescento eu, até foi: mas porque viabilizou a solução Santana - que, de facto, foi penalizadora para Portugal. Talvez Meneses queira aceitar essa balelas por causa da afinidade de autarca que quis ter com Lopes e por agora o ter como seu n.º 2. Depois Meneses validou uma ideia tão perigosa quanto estúpida: permitir que Santana vá para o Parlamento ajustar contas com o passado. Isto é nitidamente freudiano, visto que ambos estão convencidos que o governo Santana foi positivo para Portugal. E aqui é que Meneses começou a dar cabo da entrevista, visto que começou a admitir que uma realidade má - na forma e no fundo - possa reeditar-se agora em sede parlamentar pela mão de quem? Do seu n.º2 e ex-PM, Santana Lopes, o pior PM do post-25 de Abril. No meu entendimento isto resolvia-se era no divã do psiquiatra e não no hemiciclo, a casa do povo, mas algo corre mal nas veias de Santana que também Meneses também não consegue travar. O desastre está à vista... Aguardemos pela afundamento da embarcação. De seguida, Meneses propõe a privatização de um conjunto de serviços do Estado, mas não sem antes determinar quais as suas funções económicas e sociais. A ideia parece tão boa quanto velha, e não menos boa a privatização de sectores do ambiente que hoje continuam estatizados e que poderiam beneficiar duma acréscimo de eficiência se fossem geridos noutra óptica de negócio sem, contudo, negligenciar a utilidade pública de tais serviços às populações. A Europa caminha por aqui nesta matéria... Mas Meneses não resistiu ao seu populismo fácil e paroquiano quando disse que os médicos, os enfermeiros, os professores, os notários, os funcionários públicos, só faltou nomear os estivadores, os deputados e os autarcas... Estão à espera dele e das suas medidas. É um óbvio excesso de linguagem que não deve ser levado a sério, ou será que... Em matéria de fiscalidade Meneses carregaria menos no pedal do que o governo, mas agora também não baixaria os impostos, e em matéria de regionalização também disse que sim mais também, e logo se vê. No quadro da Europa nada o distingue do PS, portanto são parceiros nestas três questões, o que poderá fazer de Meneses um secretário de Estado de Sócrates, talvez da pasta do Ambiente. Outra ideia que apanhei à saída do WC foi a de que seria interessante recuperar-se a experiência dos ex-presidentes do PSD para desenvolver funções europeias e internacionais, à semelhança do que se pratica nos EUA. Desta feita, Rui Machete, Balsemão, Marcelo, Fernando Nogueira e, claro, o Ganda Nóia (MMendes) - poderiam potenciar o prestígio do partido além fronteiras. Lembrei-me logo de que Rui Machete poderia ser enviado definitamente para os States e de lá administrar directamente a FLAD; Marcelo poderia ir fazer a análise dos congressos do PSD a partir de directos do Burkina Fasso; Balsemão revelar ao País como se tornou sócio n.º 1 do psd (quem lhe plastificou o cartão). Tudo a partir da sua mansarda da Quinta da Marinha; e MMendes poderia, segundo Meneses, prestar serviços ao PSD medindo a qualidade das águas a partir do mar do Guincho quando lá se desloca para fazer bodyboard, dadas as preocupações com a privatização do sector ambiente de Meneses. Confesso que não desgostei da prestação de Meneses diante duma Judite algo interruptora ao ponto de se interromper a si própria. Mas também confesso que, a dado passo da mesma entrevista, pensei ver alí um Meneses porta-voz do seu actual n.º 2 e ex-PM, Santana Lopes. No final, teve, a contragosto - de elogiar cinicamente Cavaco para assim se normalizar e institucionalizar na vida política nacional e criar um laço psico-afectico com Cavaco. Meneses sabe disso, precisa de recriar essa imagem para assim afastar o cunho de populista que já se lhe colou, excusava era de se autoelogiar - pelos menos umas três vezes - em relação ao seu trabalho como autarca de Gaia. E a que custo? Será que Meneses tem a noção de que governar um país é tarefa algo diversa do que governar o burgo?
Quanto à equipa que rodeia Meneses - uma palavra: é a quinquilharia de descamisados e de ressentidos santanistas que hoje buscam uma única coisa na vida pública nacional: vingar-se de Sócrates pelo poder que este (legitimamente) lhes esbulhou. Esperemos é que no debate parlamentar emergente, designadamente já a 6 de Novembro aquando da discussão e votação do OGE para 2008, os tais descamisados não inventem novos Freeports de Alcochete porque isso, está provado, comporta um terrível efeito de boomerang. E também foi assim que santana, entre outras razões, perdeu esmagadoramente as eleições de 2005. E foi bem feito. Pois eu nem consigo imaginar o que seria ou onde estaria hoje Portugal se santana metesse de novo um pé em S. Bento como PM deste País, além de ninguém acreditar que isso seria possível. Ou então seria mais um simulacro...
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