EUROPA EM PORTUGAL. BOA SORTE PORTUGAL

Primeiro-ministro, José Sócrates enviou uma carta aos líderes europeus para os relembrar da necessidade de aprovação do novo tratado (fundamental) para a UE É, de facto, um grande teste não apenas à diplomacia portuguesa como também à Europa no seu conjunto. E porquê? Talvez nunca como agora o desenvolvimento sustentável da Europa dependeu tanto da coesão interna, sendo que a aprovação do tratado não oferece a receita para os males comuns, mas permitirá desbloquear muitas decisões e enfrentar com outro ângulo os desafios sociais e económicos que constragem hoje a Europa, e que são desafios de variada ordem. Pois não nos podemos esquecer que a Europa anda há três anos a marcar passo, tal o impasse interno (politico-institucional) a que se chegou.

Por isso, fez bem Sócrates em enviar a cartinha aos demais chefes de Estado, informando-os da necessidade de ultrapassar essa paralisia e conseguir arranjar dispositivos de decisão que contribuam para meter o Poder e a Economia europeus a funcionar nesta era de garrote imposta pela globalização competitiva - que alterou o velho paradigma de fazer política e em que urge fazer face as duas pressões simultâneas: ao problema do desenvolvimento social e humano e à questão da modernização. Uma quadratura do círculo nada fácil de resolver. Sobretudo, a 27 em que cada cabeça dita a sua setença, com os polacos em período de eleições, logo a prometer o que sabem não poder cumprir e fazer ameaças fora de contexto, como se o Hitler estivesse à esquina acompanhado pelo camarada José Stalin...

Concertar todos estes interesses nacionais, reflexo duma anarquia europeia com ambições e projectos nacionais próprios, não se afigura fácil, mas não nos resta outro caminho senão o da Diplomacia e da Negociação permanente e em todo o lado, como diria o Kissinger (noutro contexto),a fim de arrancar a ferros aquilo que reflectirá a nova correlação de forças na Europa recortada pela tal dimensão externa da Estratégia de Lisboa.

Numa palavra: BOA SORTE PORTUGAL.

Pois vamos precisar dela, e os maluquinhos aparecem sempre à última da hora...