quinta-feira

Eleições em Angola, rsrsrsrsrs

Até a linguagem braçal os denuncia. A padrinhagem entre os órgãos do poder com a corporação militar está qui bem retratada, e o retrato, convenhamos, reflecte uma imagem de decadência e subdesenvolvimento que não deixa margem para dúvidas. Algo ali me faz lembrar as narrativas de Mário Puzzo...que depois Francis Ford Coppola levou para a 7ª Arte numa trilogia interessante.
UNITA recebe garantias de Eduardo dos Santos de que Angola irá a eleições no próximo ano
15.08.2007 - 19h49 PUBLICO.PT O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, admite a realização de eleições legislativas no país em 2008, avançou o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, após um encontro com o chefe de Estado, hoje, em Luanda.
À saída da audiência com Eduardo dos Santos, Isaías Samakuva, citado pela agência AngolaPress, disse que “o processo político corre o seu curso normal” no país e que recebeu garantias do Presidente da República de que “nada impedirá a realização das eleições legislativas em Angola, no próximo ano”. (...)
Obs: Nem sequer me atrevo a perguntar ao regime cleptocrático angolano o que ele entende por "eleições legislativas" (livres e pluralistas é que não são certamente!!!). Bem sabemos o que traduziram as democracias populares do Leste europeu - onde Eduardo dos Santos formou o seu carácter e sedimentou a sua ideologia política. O resto é o "venha a nós nosso reino" do petróleo e dos diamantes, o povo que se lixe, quantos mais morrerem nas valetas melhor. Assim se faz a regulação da população e se poupam mais umas próteses e canadianas ao Estado.
Um povo de barriga vazia também não tem forças para se insurgir contra ninguém, quanto mais fazer uma revolução à soviética. Uma auditoria às contas e ao património de Eduardo dos Santos mostraria bem a dimensão do esbulho. O problema reside em saber quem poderia fazer essa auditoria. É o velho problema republicano: que guarda o guarda, quem vigia o polícia, e quem julga o juíz. Em Angola isto seria um risco elevado. Seria como pedir a um ladrão de bancos que tendo a chave do cofre não o abrisse e deixasse lá o dinheiro.
Em Angola tudo é possível, até umas eleições à soviética. Pois mesmo que queiram ser diferentes já não conseguem, já que é toda uma geração que fez a guerra que ainda hoje, lamentavelmente, se encontra no vértice do aparelho de decisão do Estado. E isso tem nome: alta corrupção.
Eu chamo-lhe CRIME CONTRA A HUMANIDADE - que deveria ser imediatamente codificado numa adenda à Carta da ONU e ser punido enquanto tal.
Lamentavelmente, a chamada Comunidade internacional sabe disso, os durões barrosos que pululam por aí conhecem o problema, mas o petróleo e os diamantes - moedas de trocas internacionais preciosas, calam mais fundo essas bocas de cherne e consciências maoistas miseráveis convertidas ao turbo-capitalismo explorador que permite que crianças e velhos morram que nem tordos nos bairros de Luanda - enquanto uma clic de corruptos faz cooper na baía de Luanda.
Miserável mundinho este em que vivemos: da cor do petróleo e mais pastoso do que crude.