Algumas peças do governo PS têm exagerado nas suas manifestações de ingnorância que fronteiram com algum abuso democrático inadmissível num Estado de direito. Tomemos apenas duas referências: o sr. Mário Lino, que gosta de jogar xadrez - como se afere pelo post infra, e o tal processo disciplinar verdadeiramente kafkiano sobre um tal professor e ex-deputado do psd que alegadamente injuriou a progenitora do PM. Enfim, duas situações que em calão os portugueses, quando estão mais descontraídos e entre amigos, cunham de "filha-da-putices". Imagino o que Socas não deverá ter dito das mães dos jornalistas no caso Uni-connection...
Mas por que será que estas duas situações ocorrem? Julgo que a primeira resulta de as pessoas saberem tão pouco acerca delas próprias, e aí o seu conhecimento da natureza humana serve-lhes de tão pouco. Sabem a razão porque a pedra cai duma forma e não doutra quando é arremessada, mas ignoram a razão daquele que a atirou. Talvez fosse melhor o sr. engº Mário Lino (inscrito na ordem) jogar menos xadrez e ler mais Maquiavel, Camões ou Freud. Por certo, reduziria significativamente a sua atroz ignorância acerca da condição e das motivações humanas. Ele até pode saber lidar com terramotos, mas depois é completamente ignorante em lidar com os da sua espécie, e foi isso que fez ao apelidar a margem Sul, indistintamente, de "deserto".
Depois sobrevem o medo.. Um medo que certo caldo de cultura (ainda) salazarenga pretendeu criar ao instaurar um processo a um militante do psd que terá chamado filho da p*** ao PM. Num ambiente privado, de corredor, mas que certa directora regional conseguiu captar e depois denunciou ao Ministério Público. Isto ainda ocorre em democracia pluralista, e a srª ministra, que transpira idiotice no ministério que tutela, desde logo pela exterminação da Filosofia no acesso ao Ensino superior, diz estar confiante com a condução do processo disciplinar quando sabe, à partida - que o mesmo terá sempre, directa ou indirectamente, a sua intervenção, inspiração e manifestação de vontade. Mesmo por interposta pessoa - que depende naturalmente de si. Isto é verdadeiramente kafkiano no jogo do absurdo em que por vezes certos processos são caldeados e dinamizados em Portugal. Na verdade, foram 40 anos anos de ditadura, e isto, ainda que indirectamente, é uma dessas exteriorizações, além da desejada promoção da Marrrgarrida junto do PM, certamente!!!
Com isto o que se pretende? Porventura, despertar medo ou compaixão? Compaixão pelo trabalho da srª ministra da 5 d Outubro não será certamente; medo - talvez sim. Mas esta sempre foi uma variável perigosa, sobretudo quando utilizada em política. A qualquer momento ela pode virar de agulha e furar quem dela primeiramente se aproveitou, hipócrita e cínicamente, tanto mais com a alegada conivência do PM.
Veremos o que no Domingo e na 2ªfeira Marcelo e António Vitorino dirão sobre sobre o assunto, e qual ou quais as suas percepções sobre o mesmo (lamentável) episódio que, em rigor, não abona o PM, a República, a democracia e a liberdade de expressão em Portugal.
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