sexta-feira

Marcelo não quer a autarquia de Lisboa porque já está em Celorico de Basto: o cinismo e a perfídia em movimento

Hoje de manhhã o microfone da tsf saltou para a boca de Marcelo para que este opinasse acerca da situação na autarquia de Lisboa. Este, na velha linha do seu crónico cinismo, disse que quer António Capucho (autarca em Cascais) quer Fernando Seara (um trânsfuga autarca em Sintra, ex-cds eleito pelo psd) - além de Paula teixeira da Cruz - dariam bons presidentes de câmara. E ele, Marcelo, não podia porque já estava comprometido com os bombeiros e as mesericórdias de Celorico de Basto onde também é agente do poder local.
Este Marcelo é o máximo, deve julgar que está a dar uma aula em Moçambique para néscios... Primeiro empurra com a barriga para a frente dois casos verdadeiramente surrealistas - Capucho e seara - para Lisboa, pois nem um nem outro podem e devem fazê-lo, mas Marcelo não hesita em estimular a que aquelas pessoas rompam o contrato político com os respectivos eleitorados para se pendurarem em Lisboa. Isto é lamentável, porque convida ao mais profundo desrespeito democrático e ao salta-pocinhas na vida política em Portugal.
Paula Teixeira da Cruz poderia concorrer sem inibições políticas, mas aqueles dois exemplos só podem resultar de mais uma maldade da mente maquiavélica de Marcelo cuja proposta não passa dum aborto político. Depois ele próprio não concorre porque, ao invés do que disse (que não vale nada, é apenas poeira para os olhos dos tugas) seria liminarmente derrotado pela esquerda - que já nem sequer o deixaria dar um mergulho no Tejo, sob pena de poluir ainda mais as águas em que este Marcelo convida os seus amiguinhos da política a entrar. É a perfídia em todo o seu esplendor, vq, marcelo tenta convencer os lisboetas de que quer capucho quer seara seriam bons para Lisboa, e, de facto, não são.
É este Marcelo um professor de Direito Constitucional... quando é o 1º a incitar autarcas que têm ainda 50% do mandato por cumprir a romperem os seus contratos com as populações e a porem-se em bicos de pés para arrivar à Capital. Será que são estas as normas de direito político que marcelo ensina aos seus alunos? Por que sebentas terá ele aprendido?
Seria esta a praxis política que Marcelo adoptaria caso fosse autarca em Sintra, em Cascais ou em Celorico de Bastos?
Seguindo este "brilhante" raciocínio de Marcelo - só posso concluir que ele é um fervoroso defensor da interrupção dos mandatos políticos (nacionais ou locais) e que, no caso da fuga de Durão Barroso para Bruxelas - marcelo também é capaz de bater palmas. Concluo que marcelo é um acérrimo defensor da instabilidade política - no plano nacional e local, o que me permite supôr que daria um bom líder africano.
De facto, Marcelo pode ser um grande prestidigitador da palavra, ser fluente e ter uma oralidade acima da média capaz de divertir uma plateia de néscios durante 30 min., mas, em rigor, nada do que diz faz sentido, é apoiado nos valores democráticos, éticos e republicanos e, se fosse levado a sério seria uma espécie de SLopes da política lusa, só que mais perigoso, errático e imprevisível. Portanto, um passivo para a política em Portugal.
Marcelo na política é uma cidade a arder.